Marcha das Vadias – Agora é a nossa vez de sair às ruas em Belém!

CARTA MANIFESTO

A Slut Walk ou Marcha das Vadias teve inicio no Canadá em resposta a conduta
machista de um policial. Este declarou que as mulheres eram vítimas de ataques
sexuais, pois se “vestiam como vagabundas”. A partir do fato, inúmeras
manifestações surgiram em todo o mundo. No Brasil, a cidade de São Paulo foi a
primeira capital brasileira a organizar a Marcha, seguidas das cidades do Rio
de Janeiro, Recife, Fortaleza, Brasília, Salvador e outras.
As mulheres saíram às ruas com o objetivo de reafirmar a autodeterminação sobre
os seus corpos e para combater essa sociedade que as educa para não serem
estupradas, porém não ensina a NÃO estuprar.

Agora é a nossa vez de sair às ruas em Belém!

Marcharemos para combater a violência cometida contra as mulheres no nosso
Estado! As estatísticas provam que, hoje o Pará é o terceiro estado no ranking
de queixas de violência contra a mulher, são mais de 237 queixas a cada 50 mil
mulheres paraenses. Somando um total de mais de quinze mil queixas em menos de
seis meses.
A MARCHA DAS VADIAS acontecerá, pois somos chamadas de vadias todos os dias por
usarmos roupas curtas, por transarmos antes do casamento e por lutarmos pelos
nossos direitos. Já fomos chamadas de vadias por sermos divorciadas, por
simplesmente dizer “não” a um homem, e ainda hoje somos chamadas de vadias por
sofrermos estupro. Já fomos e somos diariamente chamadas de vadias apenas
porque somos MULHERES.
Chamam-nos de vadias por ousarmos desafiar essa lógica pré-estabelecida imposta
por uma cultura de subordinação e moldada sobre os alicerces patriarcais de
nossa sociedade. Somos protagonistas basilares das conquistas de todos os
nossos direitos e de instrumentos importantes de combate a violência.
Entretanto, alterar as leis, criar mecanismos de proteção ainda não dissipou o
“costume” de matar, abusar, explorar suas companheiras, esposas, filhas,
irmãs… Mulheres.
Por isso nós marchamos!
Pela prevenção da violência, por posições igualitárias e incondicionais, pelo
direito a voz e ao grito, pelo domínio de nossas vidas, pelo direito de ir e
vir com segurança, pelo direito de dizer SIM ou NÃO sem sofrermos qualquer tipo
de rotulação.
Marchamos por respeito, não somos mercadorias e nossos corpos não são objeto de
prazer e consumo dos homens. Somos contra a lógica da cultura do estupro e
contra as piadas que acabam reforçando e naturalizando tal conduta.
Nós marchamos pois infelizmente a violência contra as mulheres é um fenômeno
mundial e atinge a todas, em todas as idades, raças e classes sociais, que
sofreram ou sofrerão algum tipo de violência ao longo da vida, seja simbólica,
psicológica, física ou sexual.
Tomaremos as ruas para sermos reconhecidas como MULHERES, como pessoas LIVRES e
IGUAIS. Somos fortes, somos livres, somos donas de nós mesmas, somos santas e
putas. Somos vadias e vagabundas, Temos o direito de agir, de nos vestir e de
nos expormos do jeito que desejarmos. Somos mães e trabalhadoras. Somos
estudantes. Somos LIVRES!

A Marcha – Marcha das Vadias, dia 28/08/11 as 9h, saída da escadinha das docas.
[www.mdvbelem.blogspot.com]

Uma resposta para “”

  1. Enquanto houver a ideia de deus, ou seja, de um macho como centro as mulheres serão sacrificadas em nome dessa moral masculina que permeia o mundo, coisa da qual discordo veementemente. Portanto, fora com a ideia de deus. Que as mulheres possam demonstrar o que é liberdade, através da capacidade de gerar vidas ou não. “Vadias” salvem os machos”

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