[Otávio Rodrigues]
Mas era só o início da trapaça. Logo se soube também que além dos veículos, constavam no carrinho de compras, computadores, ferramentas, cabos de aço, maca hospitalar, luvas descartáveis, barras de ferro, tinta para impressora, sacos para lixo e sabe-se lá o que mais.
É claro que um acordo como este, tratado a portas fechadas, e envolvendo partes bem acostumadas a espertezas com recursos públicos, dificilmente resultaria noutro desfecho. O governador sabia da malandragem mas resolveu jogar para a platéia com bravatas, arriscando assim angariar uns trocados aos combalidos cofres do estado.
De certo, a pendenga chegou até a causar certo constrangimento ao consórcio, mas nada que pudesse alterar a natureza pernóstica do projeto. A bem da verdade, o governador do Pará não possui histórico de compromissos com questões ambientais ou algo que se pareça. E nem a sua “valentia” contra o consórcio encontrou ressonância nos movimentos sociais contrários à construção da Usina Hidrelétrica.
Todo mundo sabe que esse tipo de conversa de bastidor, sem transparência e sem a participação da sociedade, limita-se sempre a acertos políticos e econômicos, ignorando as conseqüências trágicas que esta obra poderá resultar às populações locais e à região do Xingu, com impactos diretos e indiretos, modificando totalmente e para pior a vida na região. Sobre isso eles não estão nem aí.
Otávio Rodrigues é membro do Comitê Xingu Vivo e do Ponto de Pauta
Uma resposta para “Belo Monte e as bravatas do governador”
Parabéns pela matéria. É necessário que a todo ato contra o patrimônio socioambiental de nossa Amazônia haja denúncias. Não podemos deixar que esse tipo de gente, comprometida com as empreiteiras, continue a pontuar em nosso cenário político, maculando de sangue nossa história. .
BELO MONTE, NÃO!