Venezuela | Chávez sabia que serviços especiais dos EUA estavam atrás dele

Hugo Chávez não era um homem obcecado com a ideia de estar sendo seguido e observado, como a propaganda tentou mostrar. Ele era um político que enfrentou a realidade e sabia como era odiado por Washington e pela oposição dos Estados Unidos em todas as questões políticas ou econômicas.

Efe

Câncer do presidente Hugo Chávez foi inoculado? Por quem? Por qual motivo? Essas são as perguntas que a Venezuela se faz

Ele tratou com seriedade as ameaças vindas dos presidentes Bush e Obama, do Departamento de Estado e do Pentágono. Ele sabia muito bem que os serviços especiais do Ocidente tinham um arsenal diversificado de meios para fisicamente liquidar pessoas.

Fidel Castro teve essa experiência. Houve mais de 600 tentativas de assassinato contra ele cometidas pela CIA e a inteligência militar dos EUA. Até mesmo um número limitado de documentos secretos tornados publicos recentemente provam que não havia limite para os serviços especiais, que usaram inclusive atiradores de elite e veneno, para tentar cumprir uma tarefa.

Fidel acusou Chávez de ser descuidado e recomendou que ele prestasse mais atenção ao seu redor. Ele disse que haviam surgido novas tecnologias e não era seguro aceitar comida que lhe fosse oferecida. Ele disse ao Chávez “Chavez se cuide. Essa gente [os norte=americanos]  desenvolveram tecnologias. Você é muito descuidado. Cuidado com o que você come, o que lhe oferecem para comer…uma pequena agulha e eles te injetam coisas que Deus sabe o que”.

O presidente e os serviços de segurança estavam preocupados com a propaganda ocidental maciça que demonizava Chávez, que o apresentava como uma ameaça ao “mundo livre”, religião, propriedade privada e valores tradicionais da família. Algumas pessoas, quando sujeitas a efeitos emocionais sistemáticos, se tornam propensas a cometer atos terroristas.

Segundo estatísticas, houve dezenas de tentativas de assassinato contra Chávez por pessoas dementes que vinham armadas participar de reuniões e demonstrações. Alguns agentes da lei foram vítimas. Em fevereiro de 2008, oficiais da Guarda Nacional foram presos acusados de participar de uma tentativa de assassinato. Em setembro de 2008, um grupo de militares foi detido enquanto preparava um ataque com o uso de lançadores de granadas contra a Força Aérea 1.

Os serviços especiais dos EUA levaram a cabo as primeiras tentativas de acabar de vez com Chávez durante a campanha presidencial de 1998. Um grupo de pistoleiros profissionais, contratados pela CIA na Colômbia e República Dominicana, seguiram o candidato durante sua campanha em lugares isolados da Venezuela. Atiradores de elite em emboscadas foram vistos próximos a locais onde o presidente fez comícios.

Depois disso, a caçada  a terroristas que tentavam cumprir a missão de matar Chávez se tornou uma rotina diária dos serviços de segurança bolivarianos. Em  maio de 2009, Laurent Bouquet, um francês, e três dominicanos, foram detidos. Em seu apartamento foram encontrados rifles, metralhadoras, granadas e um quilo de explosivos. Segundo o ministro de Assuntos Internos da Venezuela, Tarek El-Aissami, o grupo havia sido encarregado do assassinato de Chávez. Segundo vazamentos na internet, os serviços dos EUA organizaram o envio do oficial da inteligência militar francesa para a Venezuela.

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