Dia Nacional da Liberdade de Imprensa é marcado por ameaças e desaparecimento de jornalista

Nesta terça, 7 de junho, foi celebrado o Dia Nacional da Liberdade de Imprensa. Em 2022, a data é marcada por ameaças a um jornalista que denunciou esquema pago de fake news bolsonarista e pelo desaparecimento de um correspondente inglês (e de um indigenista da Funai) que reportava a invasão de terras indígenas na Amazônia, apó receber ameaças. O quadro faz parte de um cenário de violência alimentado por ataques à imprensa promovidos por Bolsonaro e seus apoiadores.

Uma reportagem do Congresso em Foco publicada neste domingo (5) denuncia que o jornalista do veículo, Lucas Neiva, passou a receber ameaças de morte e teve seus dados vazados após publicação de reportagem, no sábado (4), em que expõe a tática de um fórum anônimo para produzir e pagar por fake news em favor de Bolsonaro.

No segundo episódio de violência contra a imprensa, a União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja) reportou o desaparecimento, desde a manhã deste domingo (5), do jornalista inglês Dom Phillips, correspondente no Brasil do Jornal The Guardian, e do seu colega de equipe, o indigenista Bruno Pereira. De acordo com a nota da Univaja, a equipe recebia ameaças constantes em campo. Grupos de busca enviadas ao local não encontraram os profissionais.

O Comando Militar da Amazônia, depois de sofrer pressão, disse estar em condições de cumprir a missão de busca e salvamento dos profissionais, mas guarda autorização do escalão superior.

Os dois episódios se somam a outros inúmeros e são o mais triste retrato do que se tornou o Brasil sob Bolsonaro:  restrição da liberdade de imprensa, agressão constante a jornalistas, ataques diretos à imprensa e uso das redes digitais e veículos de comunicação duvidáveis para espalhar mentiras.

O Relatório Global de Expressão 2021, elaborado pela organização internacional Artigo 10, concluiu que, além de mentiroso contumaz, Bolsonaro ataca a imprensa e sufoca a liberdade de expressão no Brasil. Sob o seu governo, nosso País tem liberdade expressão restrita, ficando abaixo de lugares como o Haiti, nesse quesito.

Somente em 2020, foram 464 ataques diretos a jornalistas feitos pelo presidente, ministros e assessores próximos. O Brasil é um dos países que mais apresentou queda no indicador de liberdade de expressão no mundo: passou de um dos países com maior pontuação, em 2010 (na gestão de Lula), para um país em crise de democracia e expressão.

No dossiê “Ataques ao Jornalismo e ao Seu Direito à Informação”, elaborado com base no Relatório de Violência contra Jornalistas e Liberdade de Imprensa 2021”, a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) constata que as violações à liberdade de imprensa têm continuidade no Brasil e estão associadas à ascensão de Jair Bolsonaro à Presidência da República.

“Em 2021, o número de agressões a jornalistas e a veículos de comunicação manteve-se nas alturas e chegou a bater novo recorde, desde o começo da série histórica dos registros feitos pela Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), iniciada na década de 1990. Foram 430 casos, dois a mais que os 428 registrados em 2020. A continuidade das violações à liberdade de imprensa no Brasil está claramente associada à ascensão de Jair Bolsonaro à Presidência da República”, diz o documento.

O relatório da Fenaj diz que Bolsonaro foi o principal agressor, respondendo, sozinho por 147 casos (34,19% do total), sendo 129 episódios de descredibilização da imprensa (98,47% da categoria) e 18 de agressões verbais a jornalistas. O documento diz ainda que foram registradas 140 ocorrências de censura, a maioria delas (138), cometidas por dirigentes da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

Via Site Lula

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