Créditos: Presidência da República (Alan Santos) – Jair Bolsonaro e Mauro Cid são alvos de operação da PF
Na manhã desta quarta-feira a Polícia Federal faz buscas na casa do ex-presidente Jair Bolsonaro em Brasília. Os agentes federais também prenderam o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, tenente-coronel Mauro Cid Barbosa. Os agentes cumprem 16 mandados de busca e apreensão e seis mandados de prisão preventiva, em Brasília e no Rio de Janeiro.
Bolsonaro foi intimado a prestar depoimento ainda nesta quarta em sede da Polícia Federal em Brasília. Além disso, os celulares dele e de Michele Bolsonaro foram apreendidos.
A operação, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, faz parte do inquérito das “milícias digitais” que já corre no Supremo Tribunal Federal. Até as 7h20, policiais permaneciam na residência onde o ex-presidente mora desde que voltou ao Brasil, em um condomínio de Brasília.
A PF investiga um grupo suspeito de inserir dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde: “Com isso, tais pessoas puderam emitir os respectivos certificados de vacinação e utilizá-los para burlarem as restrições sanitárias vigentes imposta pelos poderes públicos, destinadas a impedir a propagação de doença contagiosa, no caso, a pandemia de Covid”, disse um agente da Polícia Federal ao G1.
Segundo publicado pelo G1, a Polícia suspeita que houve fraude em emissão de certificados de vacina de Bolsonaro, de sua filha Laura Bolsonaro e do ex-ajudante hoje preso Mauro Cid Barbosa, juntamente com sua mulher e filha.
As condutas investigadas podem configurar crimes como associação criminosa, infração de medida sanitária preventiva, inserção de dados falsos em sistemas de informação, corrupção de menores.
Apuração
O crime de inclusão dos dados falsos teria acontecido entre novembro de 2021 e dezembro de 2022. As pessoas beneficiadas estariam emitindo certificados fraudulentos de vacinação, usando-os para burlar restrições sanitárias impostas pelos governos do Brasil e dos Estados Unidos, segundo os investigadores.
A Polícia Federal afirma que o objetivo do grupo seria “sustentar o discurso voltado aos ataques à vacinação contra a Covid-19” , burlando a obrigatoriedade de vacinar-se e assim mantendo sob controle a base política bolsonarista, que era contra as medidas de segurança sanitária e contra a vacinação.
Essa suposta falsificação teria o objetivo de garantir a entrada de Bolsonaro, familiares e auxiliares próximos nos Estados Unidos, burlando a regra de vacinação obrigatória. A PF também investiga a situação de outros membros da comitiva, como Michelle Bolsonaro.
Edição de Ju Abe
