Por Beto Andrade (*)
Finalmente a maior bancada da ALEPA resolveu assinar o pedido de CPI proposto pelo Deputado Edmilson Rodrigues (PSOL) para investigar funcionários fantasmas e fraudes em folhas de pagamento para beneficiar apadrinhados do presidente da Assembleia e de boa parte (senão toda) da mesa diretora.
Com a matéria veiculada no jornal Liberal no domingo passado, sobre o escândalo de nepotismo cruzado e outras diversas fraudes, o deputado petista Bordalo anunciou que agora existem “dados relevantes” para se assinar o pedido de CPI.
Bordalo (PT) usou de todos os sofismas possíveis para não assinar a CPI. Sinicamente justificava que a CPI, como instrumento investigativo, não podia ser banalizada. Defendia uma mera e limitada sindicância interna.
Definitivamente, os tempos de rebeldes no PT passaram de vez. Em outras épocas era comum ver subversões nas bancadas para acompanhar àquilo que é ético e de interesse do povo. Nenhum deputado petista descolou-se da orientação do líder, prova inconteste de domesticação.
Não fosse a pressão popular que se formou e a pressão de parte da base ainda militante do PT, talvez a bancada nunca tivesse assinado a petição.
O deputado Edmilson sempre argumentou que a CPI poderia ir mais a fundo nas investigações, justamente porque as sindicâncias internas eram limitadas e até certo ponto suspeitas para investigar este escândalo. Durante a CPI surgiriam novos fatos relevantes. Estava e está certo! Novamente ficou provado que as declarações de Bordalo eram inconsistentes.
É claro que tudo isto é apenas uma etapa. Ainda faltam 4 assinaturas que precisarão ser coletadas para que a CPI ganhe vida. Poucos partidos se dispõem a mexer neste “iceberg”, pois o que aparece até agora é apenas a ponta dele.
Depois vem uma longa e difícil investigação. Caso ela chegue à óbvia conclusão de corrupção, ainda precisará de pressão popular para não acabar em pizza de jambú.
Por enquanto, o consolo está em saber que alguns representantes legais do povo cumprem com sua obrigação e que parte do nosso povo não aceita passivo à malversação dos recursos públicos.
Beto Andrade é professor e Coordenador da Subsede do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Ananindeua.