[Willys Lins]A perda de uma vida deve ser lamentada sempre. Não há motivos para não se indignar com a morte (cerebral) do cinegrafista da Band, Santiago Andrade, atingido por um rojão deflagado por manifestantes na última quinta (06), durante ato político contra o aumento de tarifas de ônibus no Rio de Janeiro.
O que questiono é cobertura jornalística do ocorrido. Não exatamente ao fato em sim, que é incontestável e as imagens não deixam dúvidas. Agora, estabelecer relação entre o sinistro e o PSOL é uma trama sórdida dos mesmos que foram radicalmente contra quando os movimentos sociais e a juventude em todo o país ocuparam as ruas, contra os gastos exorbitantes para garantir a copo do mundo e olimpíadas.
As jornadas de Junho/2013 estabeleceram uma nova forma de contestar a miséria e a falta de perspectivas para a juventude que não tem escolas, empregos e saúde. Os que se aproventam hoje do fato lamentável da morte do cinegrafistas são os mesmos que ontem fizeram coro com a criminalização, direitismo e postura anti-povo das manifestações de 2013.
Todo profissional em atividade de trabalho deve por lei, dispor de equipamentos de segurança. As imagens mostram Santiago totalmente desprovido de qualquer equipamento de proteção. Nem máscara contra gás lacrimogênio, coletes à prova de balas e a estilhaços de bombas de ‘efeito moral’, nada, não tinha nada.
De quem é a reponsabilidade? Das empresas de comunicação, afinal, é obrigação destas garantir condições dignas e seguras para que seus funcionários trabalhem com a proteção necessária. Se estivesse com o equipamento de segurança recomendado, certamente Santiago estaria vivo.
É de se lamentar essa perda de vida, mas chegou a hora que todos sejam responsabilizados em cada parte que a cada um cabe, inclusive na sordidez e desfarce opoutunista da mídia burguesa que agenda e e tenta se manter como guardiã da opinião pública brasileira.
Willys Lins – É jornalista e colaborador do Ponto de Pauta.
Foto: Agência O Globo
Uma resposta para “”
Ainda que a vítima estivesse entre fogos cruzados, ainda assim é lamentável.