Além de estrela da estreia, Richarlison é o mais progressista da seleção brasileira

Richarlison fez dois gols na estreia do Brasil na Copa do Catar, dentre os quais, um incrível de voleio (Créditos: Justin Setterfield/ Getty Images).

Dentre a minoria com posicionamentos progressistas na seleção brasileira, está Richarlison, o atacante do Tottenham autor dos dois gols que deram vitória ao Brasil em sua estreia no mundial. Dentre os gols, um impressionante de voleio que levou ao êxtase torcida, técnico, comentadores e todos os que assistiram à incrível façanha.

Capixaba de Nova Venécia, Richarlison tem história de vida comum a muitos jogadores: infância pobre, ascensão social rápida por causa da bola. Sem esquecer do passado, ele procura colaborar em diversas causas sociais e políticas.

“Cara, eu já passei muito perrengue na minha vida. Eu acho que é só uma questão de se colocar no lugar de quem tá passando por uma situação difícil, ter empatia. E quem sou eu pra medir a dor dos outros? Mas acredito que, no momento, o que mais tem me chocado são os casos de racismo, além da causa ambiental”, disse, em entrevista recente ao portal UOL.

No auge da pandemia de covid-19, por exemplo, o jogador se aliou à Universidade de São Paulo (USP) e ajudou a arrecadar recursos para desenvolvimento de pesquisas científicas.

A entrevista que Richarlison deu ao UOL, citada neste texto, tem o título “Fora da curva”. Nada mais justo. Posicionamentos progressistas entre jogadores brasileiros são minoria.

Talvez por isso o atacante tenha evitado mencionar diretamente o nome de Jair Bolsonaro em entrevista ao diário esportivo argentino Olé, em setembro do ano 2021, na qual ele fez críticas ferozes ao governo derrotado nas últimas eleições.

Em seu perfil oficial do Twitter, o “Pombo”, como é conhecido, ostenta uma foto de meninos negros. Além disso, ele se manifestou sobre dois casos de racismo nos Estados Unidos e no Brasil: o de George Floyd, homem negro estrangulado por um policial branco que ajoelhou em seu pescoço durante uma abordagem policial em maio deste ano; e o do menino João Pedro, adolescente negro baleado dentro de casa durante uma operação policial em São Gonçalo, município da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, no mesmo mês.

Vítima de racismo

O jogador de 25 anos foi vítima de racismo no jogo entre Brasil e Tunísia, ocorrido em setembro deste ano. Após marcar seu gol na partida, que terminou em 5 a 1 para o Brasil, foi arremessada uma banana em direção a Richarlison e durante a comemoração, o que ele lamentou e cobrou justiça.

“Enquanto ficarem de ‘blá, blá, blá’ e não punirem, vai continuar assim, acontecendo todos os dias e por todos os cantos. Sem tempo, irmão! #racismonão”, escreveu Pombo em seu Twitter, após o episódio.

Perfil oficial do Twitter do jogador ostenta uma grande foto de meninos negros.

Com informações de Brasil de Fato, Revista Forum e Redes Sociais. Edição Ju Abe.

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