Plano de arborização de Belém faz parte da preparação para a COP 30

Foto: Daniel Vilhena/ AID/Alepa

Os grandes corredores verdes, formando túneis naturais em diversas vias da cidade de Belém, sempre foram um orgulho para os belenenses e uma atração para turistas que visitam o portal de entrada da Amazônia. Além disso, Belém sempre foi a cidade onde o asfalto muda de cor, com a amarelo predominando pelos frutos caídos das mangueiras.

Mas, com o tempo, o visual mudou, a sombra dos grandes vegetais foi sumindo. Entre os motivos, o plantio desordenado de vegetais não apropriados para áreas urbanas e a falta de prioridade ao tema das gestões municipais passadas.

Com uma visão ambiental voltada para a preservação e a recuperação do reconhecimento de cidade amazônica, a atual gestão da Prefeitura de Belém vem desenvolvendo um plano de arborização urbana para a capital paraense. Nele, consta um estudo para por em prática uma arborização adequada, visando, além de sombra, à diminuição da poluição sonora e do ar, conforto térmico, e à diminuição da queda de árvores.

“Todos os dias são dias para defender a Amazônia, porque significa defender o futuro dos amazônidas, dos brasileiros e da humanidade. Portanto, afirmamos a nossa biodiversidade florística e constituímos um novo bosque para Belém, visando a uma região mais sustentável.”, comentou o prefeito de Belém, Edmilson Rodrigues.

Inventário

Todo o processo visando à sustentabilidade ambiental de Belém passa pelo inventário em desenvolvimento pela Prefeitura de Belém, por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma), em parceria com a Universidade Rural da Amazônia (UFRA). O estudo, que ainda está sendo finalizado, traz alguns dados preliminares do atual quadro arbóreo da cidade. As árvores mais encontradas em Belém são das espécies ficus, castanhola e mangueira.

A grande de quantidade de árvores da espécie ficus plantadas pela cidade reforça a arborização desordenada, já que o plantio da espécie é proibido por lei municipal de 2008. Outro dado que corrobora esse desordenamento é que, no ano de 2022, a árvore que mais caiu em Belém era da espécie ficus, segundo dados da Semma.

Prática

Para a cidade que vai receber o maior evento ambiental do mundo, a Conferência das Partes da Organização das Nações Unidas (COP-30), em 2025, a meta é agir rápido e mostrar ao mundo o que é a Amazônia e a consciência ambiental dela. Com isso, a Prefeitura de Belém vem desenvolvendo um trabalho na área arbórea. Entro os meses de setembro e dezembro de 2022, a gestão municipal plantou mais de 2.500 novas árvores em áreas abertas, como avenida Perímetral, distrito de Icoaraci, travessa Visconde de Inhauma, Portal da Amazônia e avenida Brigadeiro Protásio.

Todo o trabalho é feito de forma ordenada, com espécies apropriadas para o solo e o ambiente urbano, como pau preto, oitozerio, jambeiro e ipê. Além disso, a perfuração do solo, a gola da árvore, que é o cimento e areia, são preparados de forma adequada.

Bairros priorizados

Segundo levantamento da Prefeitura, vários dos 71 bairros de Belém e distritos possuem baixos índices e percentuais de áreas verdes por perímetro urbano: Reduto com apenas 2%, Fátima com 4% e Jurunas com 5%. Esses bairros serão priorizados, assim como a avenida Augusto Montenegro, no plano de arborização, recebendo mudas adequadas.

Texto: Victor Miranda

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