Com o objetivo de fomentar o debate nas escolas sobre a violação dos direitos humanos em decorrência do racismo, a Prefeitura de Belém, por meio da Secretaria Municipal de Educação (Semec), tem reforçado as políticas de combate a quaisquer tipos de manifestações discriminatórias na rede municipal de ensino. Ao longo desses três anos de gestão, foram formadas várias frentes de trabalho para consolidar a educação antirracista.
Neste 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, houve o lançamento do vídeo “Escolas Antirracistas”, produzido pela Rádio Margarida – parceira da Semec – e que configura um marco na implementação de práticas pedagógicas que promovem a igualdade racial e combatem o racismo em nossas escolas.
O documentário, com oito minutos de duração, tem roteiro e direção assinado por Mário Costa; produção de Carmen Pancera e imagens de Deco Barros.Foi exibido pelo canal Youtube do Centro Educacional de Inovação Tecnológica e Computacional (Cetec), vinculado à Semec.
“A iniciativa reforça políticas afirmativas que possam transformar nosso ambiente educativo, seguindo as diretrizes nacionais para uma educação inclusiva”, destaca a professora Sinara Dias, que comanda a Coordenadoria de Educação para as Relações Étnico-Raciais (Coderer), da Semec.
Escolas antirracistas
Com o objetivo de potencializar o enfrentamento ao racismo dentro das escolas, a Coderer colocou em prática, em abril deste ano, o projeto piloto “Escolas Antirracistas” em oito unidades educativas, uma por distrito administrativo: de Mosqueiro (Damos), a EMEC Madalena Travassos; do Guamá (Dagua), a EMEIF Rotary; do Outeiro (Daout), o Anexo Santo Antônio; do Bengui (Daben), a EMEF Augusto Meira Filho; do Entroncamento (Daent), a EMEF República de Portugal; de Belém (Dabel), o anexo Solar do Acalanto; de Icoaraci (Daico), a EMEF Liceu Mestre Raimundo Cardoso; e da Sacramenta (Dasac), a UEI Isa Cunha.
O projeto desenvolve atividades de acompanhamento e assessoramento às escolas, desde a elaboração de Plano de Ação para ser desenvolvido no decorrer do ano letivo aos debates sobre racismo na comunidade escolar. Essas estratégias são pensadas diferentemente para cada unidade de ensino, levando em consideração a realidade e o contexto que estão inseridas.
Políticas afirmativas e inclusivas
A criação desta Coordenadoria foi um marco histórico para a educação de Belém e do compromisso da administração municipal em reforçar políticas públicas que valorizem a diversidade étnico-racial, combatam toda forma de discriminação racial e violações contra a dignidade humana.
Sinara Dias pontua que o objetivo é reforçar uma educação antirracista comprometida com a valorização da história e da cultura afro-brasileira e africana, e garantir o direito e o acesso de conhecimentos historicamente construídos sobre grupos que tiveram as suas histórias e seus legados invisibilizados na sociedade e, consequentemente, nos conteúdos escolares.
Cartilha Marielle
Em maio passado, foi lançada a cartilha educativa “Marielle: Direitos Humanos e Antirracismo na Infância”. O material foi organizado pela Coordenação de Educação para as Relações Étnicos-Raciais (Coderer), vinculada à Semec, em parceria com o Instituto Paulo Fonteles (IPF) e a Comissão de Organização do Projeto “Acervo de Memórias, Histórias, Direitos Humanos e Cidadania”, da Universidade Federal do Pará (UFPA). A ideia é subsidiar o trabalho pedagógico em relação à diversidade étnico-racial no contexto escolar e assegurar mais uma ação de enfrentamento ao racismo.
Práticas pedagógicas
Além da cartilha e das formações permanentes, a Semec trabalha com diversas formas de combater o racismo no espaço escolar, a exemplo de debates, palestras, exibição de filmes, jogos antirracistas e a apresentação da coleção de Xirês Pedagógicos, livros de pano com conteúdos sobre os orixás, confeccionados por professores e estudantes de várias escolas da rede, como a Escola de Campo (EMEC) Angelus Nascimento, unidade educativa em vias de se tornar a primeira escola quilombola de Belém.
Via Agência Belém – Foto: Mácio Ferreira
