Beto Andrade [“Quem tem um sonho não cansa!]
Os ataques de Jatene à luta dos educadores no Pará não páram. São demonstrações de que a greve incomoda muito o governo e está muito mais forte que o governo noticia nos órgãos oficiais.
A reunião com o governo (06/10) foi a mais tensa já ocorrida. O SINTEPP fez duras críticas ao governo por tentar CRIMINALIZAR o movimento na justiça e foi muito incisivo na cobrança do pagamento do piso e no cumprimento de outras bandeiras de luta importantes.
A secretária Alice Viana (ou será no país das maravilhas?) teve a desfaçatez de afirmar que a ação na justiça não é para criminalizar o movimento mas sim para garantir o “direito da sociedade à educação”, como se educadores não fizessem parte desta sociedade e como se não soubessem o CAOS em que sencontram a maioria das escolas em nosso estado.
O secretário de educação Cláudio Cavalcanti (mais um Cavalcante!), marionete de Nilson Pinto, após ser questionado pelo SINTEPP sobre a orientação do Pólos para diretores passarem a listagem dos professores em greve, para que se proceda o desconto dos dias parados, confirmou a posição do governo. Essa informação tensionou ainda mais a reunião que quase foi interrompida.
O SINTEPP deverá ingressar com um Mandado de Segurança Preventivo para tentar impedir tais descontos e denunciará no MP esta medida, visto que se houver desconto, não haverá reposição – prejudicando assim o calendário escolar.
A senadora Marinor acompanhou a comissão e se dispôs junto ao governo estadual a cobrar do MEC agilidade na complementação, caso o governo se enquadre de fato nos requisitos.
Marinor também fez duras críticas ao governo e principalmente à postura autoritária da secretária de administração.
Disse ainda que no início de seu mandato foi até Jatene e se colocou á disposição para buscar recursos para o Pará e que compõe a Comissão de Educação no Senado, ao lado de Cristóvão Buarque, mas que o governador nunca a procurou.
A única coisa que se conseguiu, após muitos confrontos, foi a garantia de uma rodada de análises dos recursos do governo, juntamente com o DIEESE. O próprio governo deixou escapar que poderia remanejar recursos para cumprir o Piso, mas que a “responsabilidade fiscal” impede alguns processos contábeis. A reunião será na próxima terça (11/10) na SEPOF. o secretário da SEPOF, Bacuri, acabou reforçando que o estado passa no último trimestre por um Excesso de Arrecadação, o que só reforça a tese do SINTEPP de que recursos existem, faltando portanto vontade política.
O governo Jatene está muito tensionado com a greve e sabe que esta categoria não se convence facilmente, tendo longa tradição de luta.
Portanto, é uma questão de honra para este governo DERROTAR a greve dos educadores. Para isso, estão se utilizando de todas as armas ao seu alcance, como as matérias MENTIROSAS na TV, a ação judicial e agora a ameaça de desconto dos dias parados.
Ressalto novamente que a decisão na justiça em nada versa sobre descontos, sendo esta decisão política por parte do governo.
Provavelmente, a prova mais dura que os educadores terão de passar é justamente a ameaça de desconto. O governo acredita que a categoria não vai resitir a este ataque e que cederá na GREVE.
Porém, o tiro pode sair de novo pela culatra e a medida pode ter efeito inverso ao desejado pelo governo, radicalizando o movimento, já que a greve é extremamente legítima e mais do que nunca LEGAL, pelo cumprimento de uma decisão da mais Alta Côrte do país – o STF.