Na China, o comunismo pirateado

Sérgio Domingues [Pílulas Diárias]

O Congresso Nacional do Povo está reunido em Pequim. Trata-se do órgão dirigente máximo da China. O detalhe é que entre seus 3 mil membros há 70 multimilionários. Segundo o jornal Valor de 04/03, estes verdadeiros magnatas:
…aumentaram mais suas fortunas no ano passado do que o total combinado dos bens de todos os 535 membros do Congresso dos Estados Unidos, do presidente Barack Obama e seu gabinete e dos nove juízes da Suprema Corte americana.
Mas esta não é maior das contradições a envolver o “gigante asiático”. Durante a sessão de abertura do congresso, o premiê Wen Jiabao anunciou uma desaceleração econômica para 2012. A previsão é de queda da expansão em 1%. Foi o bastante para derrubar bolsas de valores pelo mundo.

O pânico tem razão de ser. A China é atual o parque industrial do planeta. É lá que está a maior classe operária de todos os tempos. Cerca de 200 milhões de homens e mulheres. Todos e todas devidamente explorados e superexplorados. A maior parte dos lucros que geram fica com uma minúscula parte dos chineses e com os maiores grupos empresariais globais.

Isso tudo mostra pelo menos três coisas. Primeiro, a exploração da classe operária nunca deixou de ser necessária e central para o sistema. Segundo, tamanha concentração de operários tem um potencial explosivo tremendo. Terceiro, a China só pode ser considerada comunista, se for em uma versão pirateada daquelas bem ordinárias.

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