JOÃO CARLOS DANTAS | Anistia plena já!

EM DEFESA DA ANISTIA PLENA PARA JOÃO DANTAS!
por Brigadas Populares, terça, 20 de Março de 2012 às 12:03 ·
Abaixo solicitamos aos militantes, amigos e amigas para enviarem esta carta para os e-mails

rodrigoc@aer.adv.br ranieri@aer.adv.br joaodantaspsol@hotmail.com

Trata-se de uma solidariedade ao camarada João Carlos Dantas, grande lutador brasileiro que combateu a ditadura militar e ainda hoje está firme na luta do povo (atualmente é líder do MSTB – Movimento dos Sem-Tetos da Bahia).

À Comissão Nacional de Anistia

Senhores conselheiros,

Queremos iniciar este documento parabenizando-os pelo julgamento dos recursos verificado no dia 29/02/2012 durante a caravana da anistia que escolheu Camaçari em função do simbolismo daquela que foi uma das lutas importantes travadas pelos trabalhadores baianos e que contribuiu para o fim do regime militar que infelicitada por duas décadas o nosso país.

Estamos cientes do zelo que os senhores tiveram ao examinar os pedidos de anistia, o que fez, inclusive, com que sobrassem poucos processos para uma analise posterior. Desejamos que os restantes sejam acolhidos da mesma forma positiva com que observaram os anteriores. Esta nossa pretensão está lastreada na absoluta convicção do compromisso militante que esses companheiros tiveram durante os anos sombrios da ditadura, bem como nas perseguições politicas sofridas pelos mesmos.

Queremos chamar a atenção dessa comissão, especificamente, para o recurso do companheiro JOÃO CARLOS DANTAS que foi retirado de pauta para posterior julgamento. Somos testemunhas de que ele teve uma trajetória dedicada à militância politica, sem apego às questões pessoais colocando as causas coletivas em primeiro plano, desde quando vivia em São Paulo, como quando passou a residir na Bahia, e tornou-se dirigente do SINDIQUIMICA.

A perseguição contra JOÃO CARLOS DANTAS por parte da empresa vem bem antes da grande greve de 1985, pois desde que foi eleito para a diretoria do sindicato foi retirado do convívio dos demais companheiros (para que não “contaminasse” os demais companheiros de fabrica, conforme pensava a empresa) passando a trabalhar sozinho a 13 km de distancia da área industrial.

Na greve geral que parou o Polo Petroquímico ele assumiu todos os riscos inerentes a um verdadeiro dirigente sindical e, sem pestanejar, assumiu a direção da paralização da COPENE, conforme haviam decidido seus colegas em assembleia. Ele foi demitido junto com todos os outros companheiros e foi “reintegrado” em 1990, e isso só foi possível por estar naquele momento compondo a diretoria do SINDIQUIMICA, porém, nunca foi reintegrado ao trabalho de fato e de direito. Nunca mais pode adentrar as instalações da empresa, ou ter ascensão funcional, sendo colocado à “disposição da empresa” de forma unilateral até a sua demissão em 1997.

Não contente com toda essa perseguição, a empresa ainda negou na justiça a sua equiparação salarial com os demais companheiros alegando que não “labutou de sol a sol com os demais trabalhadores”. Trocando em miúdos, a empresa que usou de subterfúgio para não reintegra-lo de fato, ainda usou esse fato para mais uma vez penalizá-lo. Por fim, recentemente negou o seu pedido de contagem de tempo especial para aposentadoria (PPP), a partir do argumento de que o companheiro estaria à disposição do sindicato, quando na verdade sempre foi a própria empresa que negou a sua volta ao trabalho.

Diante do exposto consideramos necessária à reparação histórica, fazer justiça ao companheiro JOÃO CARLOS DANTAS.
data, local

Deixe uma resposta