A indignação saiu da tela do computador

Willys Lins

994278_459426317478912_55958753_nSAÍMOS DO FACEBOOK – Os protestos justos que ocorrem pelo país, contra aumentos das tarifas do transporte público, pra além do que se pode imaginar em uma rápida análise, representam na verdade um modus diferenciado do acontecimento político em modalidade contemporânea, marcados sem mais, mas também pela presença de vários partidos políticos e um número impressionante de movimentos sociais diversos, muitos sem nenhuma orientação partidária. O laço de ligação entre estes (juventudes partidárias e movimentos sociais de juventudes sem partidos) está nas redes sociais.
É como se um (a net) impulsionasse o outro (rua) e vice-versa. A junção de ambos no lugar virtual energiza e potencializa o outro, re-significando o movimento, a (re) apropriação das ruas, avenidas e praças por outros sujeitos, híbridos, diversos, múltiplos. É sem dúvida, uma nova modalidade da política, que dispensa, mas ao mesmo tempo se reedifica no lugar consagrado pela modernidade para as manifestações (a rua) democráticas, no entanto, a potencialidade que o “movimento” encontra na “mobilização” via net também deve ser melhor assimilada. É esse espaço privilegiado de realização do movimento real que possibilitou os flagrantes da violência e truculência policial do Estado. Os flagrantes dos ataques aos trabalhadores da imprensa, excessos de violência contra estudantes etc… disponibilizados nas redes virtuais indignaram a opinião pública. Datena da Band, foi o primeiro a perceber isso, na “enquete”, onde a grande maioria se mostrou favorável às manifestações em SP.
A indignação saiu da tela do computador. Ela, agora, segue pelas ruas e locais de grande circulação do país. O presente é de luta, mas o amanhã será de vitória, sempre!
FOTO: Paula Cinquetti – (Manifestação SP – 13.06.13)

Willys Lins é jornalista e colaborador do Ponto de Pauta.

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