“Toda essa aglomeração só por causa de 100 reais?”

“Aglomeração para culpar depois os comerciantes, é isso que o governo quer”, “As pessoas querem que continuem esse vírus pra poder ficar recebendo auxílio do governo.”

Os comentários acima foram pinçados de internautas, em postagem sobre as pessoas que se aglomeram em gigantescas filas para obter acesso ao Programa Renda Pará, um auxílio de 100,00 para as famílias em situação de vulnerabilidade social. Como se vê, jogar a culpa no outro parece ser o caminho mais fácil para quem insiste em ignorar a realidade.

Desemprego, pandemia, fome, desespero, incertezas sobre o dia de amanhã. Esse é o contexto. A crise econômica e sanitária já provocou a morte de mais 300 mil pessoas no país. A taxa de informalidade no trabalho subiu para 39,7% da população ocupada e o trimestre foi fechado com o recorde de 14,3 milhões de pessoas desempregadas, segundo dados do IBGE, publicados na quarta-feira (31).

Por outro lado, ao lançar o programa de auxílio no Estado, e orientar a corrida de milhares de pessoas aos bancos, com aglomerações previsíveis diante de uma situação crítica, o governo acabou negligenciando as medidas de restrição previstas em seu próprio decreto. É urgente que se encontre a melhor maneira de evitar essas aglomerações. Recomendações é o que não faltam.

Mas se não bastasse a dor e sofrimento de quem acorda sem um pedaço de pão e café para oferecer aos filhos, obrigado a se jogar na “aventura” pelos 100 reais, soma-se ainda a falta de empatia de uma parcela da população, infelizmente, cada vez mais embrutecida pela narrativa da política genocida.

Renda Pará

O Programa representa um incremento no orçamento das famílias em situação de vulnerabilidade social, cadastradas no Programa Bolsa Família, do governo federal. Para cada pessoa beneficiada, é disponibilizado o valor de R$ 100. Essa é a segunda cota autorizada por lei, em função dos impactos econômicos causados pela pandemia de Covid-19. A meta é atender um milhão de famílias de baixa renda até o dia 19 de abril.

Redação: pontodepautapara@gmail.com
Foto: reprodução

Deixe uma resposta