O Sindicato dos Jornalistas no Estado do Pará (Sinjor-PA) vem a público repudiar a nova orientação da Assessoria de Imprensa da Polícia Federal no Pará que, na tarde desta terça-feira, 06, solicitou aos jornalistas presentes no grupo de mensagens instantâneas do órgão: nome, cargo, CPF, e emissora na qual trabalham, sob “pena” de expulsão do profissional do grupo que não lhes concederem tais informações no “privado”.
De acordo com o comunicado da Comunicação Social da PF/Santarém/PA, “tal medida é para o controle e para que sejamos cada vez mais próximos PF/Imprensa, e aqueles que não se identificarem não continuarão no grupo. A partir de agora teremos um controle maior de nosso fluxo de informações”, informa o comunicado.
Em protesto, muitos jornalistas saíram do grupo de mensagens instantâneas da Ascom da PF/PA. Dizem que os administradores limitam o acesso dos jornalistas em fazer perguntas e, em grande parte, só os representantes da Ascom da PF/PA podem falar.
O Sinjor-PA reforça que tais medidas vão de encontro ao artigo 220 da Constituição Federal (1988), que afirma que “a manifestação do pensamento, a criação, a expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo não sofrerão qualquer restrição, observado o disposto nesta Constituição”.
Tais exigências, mesmo com pretexto de aproximação, servem para intimidar os jornalistas ferindo os princípios basilares da liberdade de imprensa, do acesso à informação e impede o fortalecimento da democracia no país.
O Sinjor-PA orienta os jornalistas a não repassarem informações, como CPF, em “troca” de informações, e informa que, caso as medidas não sejam revertidas, entrará com representação no Ministério Público Federal (MPF), além de acionar outras instituições, como a Comissão de Liberdade de Imprensa da Ordem dos Advogados do Brasil Seção Pará (OAB-PA), e a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) para os procedimentos cabíveis.
Sindicato dos Jornalistas no Estado do Pará (Sinjor-PA)
Belém, 07 de abril de 2021.
