Jornalistas repudiam violência política de gênero contra deputada Marinor

A agressão verbal por parte do deputado Caveira ocorreu durante a votação da criação do estatuto da igualdade racial.

A Comissão de Mulheres do Sindicato dos Jornalistas do Pará (Sinjor-PA), que reúne cerca de 70 mulheres jornalistas, REPUDIA o episódio de VIOLÊNCIA POLÍTICA DE GÊNERO protagonizado pelo Deputado Estadual Caveira contra a Deputada Estadual Marinor Brito, nesta terça-feira, 19, no Plenário da Assembleia Legislativa do Pará.

A agressão verbal ocorreu durante a votação da criação do estatuto da igualdade racial e, por esse motivo, havia muitos representantes do movimento negro na galeria. Ao receber do público presente uma reação negativa por conta de sua fala ofensiva, o Deputado Caveira subiu à tribuna e começou a disparar ofensas contra quem estava acompanhando a sessão. A Deputada Marinor pediu um aparte e se dirigiu ao Deputado pedindo respeito e afirmando que, apesar das diferenças entre os dois, ela sempre o respeitou. Foi nesse momento que começaram os ataques à Deputada Marinor com palavras violentas e de baixo calão.

Infelizmente, esse não é o primeiro episódio de violência política que Vereadoras e Deputadas sofrem nas casas legislativas do Estado do Pará. Apesar de uma representação política significativa na Assembleia Legislativa do Pará (Alepa), estimada em torno de 25%, o legislativo estadual continua sendo um espaço político de base patriarcal, onde mulheres precisam lutar diariamente apenas para serem ouvidas e respeitadas, e enfrentam enormes dificuldades para aprovar projetos de lei que visam à garantia de direitos fundamentais para as mulheres.

A violência política de gênero se constitui por interrupções nas falas, ameaças, chantagens, xingamentos e desmerecimentos. Muitas sofrem violência sexual, com acesso não permitido ao corpo, como foi o caso da deputada estadual Isa Penna na Assembleia Legislativa de São Paulo. Outras são submetidas a questionamentos sobre a vida privada, ouvem comentários sobre a aparência física e a forma de vestir, além de receberem ameaças pela internet ou de forma presencial. A violência de gênero na política está mais presente do que se supõe, prejudicando o mandato daquelas que foram eleitas pelo povo e afastando a mulher da vida política.

Nesse sentido, além de prestar solidariedade à deputada Marinor Brito e às(aos) representantes do movimento negro presentes na sessão, por se tratar de um DEPUTADO ESTADUAL, a Comissão de Mulheres do SINJOR PARÁ, considera importante que:

  • A Bancada Feminina e a Procuradoria Especial da Mulher se manifestem em defesa da Deputada Marinor Brito;
  • A presidência da casa se pronuncie sobre o episódio de violência política e de gênero;
  • O Deputado seja punido de forma exemplar;
  • A ALEPA realize um amplo programa de combate ao machismo entre deputados, deputadas e servidores da casa, para evitar que situações como essa voltem a se repetir

    Comissão de Mulheres do Sinjor Pará

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