Liderança indígena Tembé denuncia estar sofrendo ameaças no Pará

A empresa ocupa parte do território indígena onde derrubou florestas e plantou milhares de hectares de dendê. | Foto: Atila Augusto

Paratê Tembé, presidente da Associação Indígena Tembé de Tomé-Açu, procurou a Delegacia de Repressão a Poluição e outros crimes ambientais (Dema), em Belém, para comunicar que sofreu ameaças de representantes da empresa Brasil Bio Fuels (BBF), que explora lavouras de dendê em áreas rurais do nordeste paraense. O boletim de ocorrência foi registrado na segunda-feira (25).

A informação é do Portal DOL, nesta terça-feira (26)

De acordo com a liderança indígena, o chefe de segurança da BBF ameaçou invadir, com uma tropa de três mil homens, as terras onde vivem os índios Tembé, em Tomé-Açu. Segundo Paratê Tembé, desde setembro, milicianos armados têm feito incursões na Terra Indígena Turé-Mariquita e Arumateua. A associação alega que a BBF já ocupa parte do território indígena, onde derrubou florestas e plantou milhares de hectares de dendê.

Acordo

Devido às lavouras de dendê serem localizadas no entorno da Terra Indígena Turé-Mariquita e Arumateua, o que afeta diretamente o modo de vida das comunidades Tembé, em julho de 2020, a BBF firmou um termo de cooperação e compromisso com integrantes do Território Indígena Turé-Mariquita e Arumateua, localizada na zona rural de Tomé-Açu. Inicialmente, o acordo para mitigação de passivo socioambiental previa contrapartida de R$ 1.280.000,00, quantia a ser paga na forma de “projetos estruturantes”, que seriam realizados pela BBF em 11 aldeias.

Agricultores são espancados por funcionários da Biopalma

Em março deste ano, indígenas Tembé interromperam as operações em duas fazendas administradas pela BBF – Três Irmãs e Eikawa – exigindo modificações no acordo anteriormente celebrado.

Em maio deste ano, a Brasil Bio Fuels e as três associações que representam os Tembé da TI Indígena Turé-Mariquita e Arumateua assinaram um aditivo ao termo de cooperação. Com o aditivo, o acordo entre empresa e indígenas passou a prever que a contrapartida seja paga na forma de transferências bancárias, com valores depositados diretamente nas contas das associações.

Deixe uma resposta