Marcha das mulheres negras é realizada em Belém nesta segunda-feira, 25

Dar visibilidade às pautas das mulheres negras é um dos objetivos da 7ª Marcha das Mulheres Negras em Belém, que será realizada nesta segunda-feira, 25, a partir das 17h, com saída da escadinha da Estação das Docas até o Quilombo da República, localizado na Praça da República. Neste 2022, o evento tem um motivo a mais para lembrar a data, por ser o ano que se comemora os 30 anos do primeiro encontro das mulheres negras, ocorrido na República Dominicana, em 1992.

No dia 25 de julho, data que marca o Dia Internacional da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha, a marcha terá como tema “30 anos de luta, nossa marcha continua e se renova: mulheres negras amazônidas em luta por justiça ambiental e racial”. A ideia é provocar uma reflexão sobre o impacto das mudanças climáticas nas vidas das mulheres negras nos seus territórios, quilombos e periferias.

A Prefeitura de Belém, por meio das coordenadorias municipais Antirracista (Coant) e da Mulher (Combel), participará do evento. Para a coordenadora da Coant, Elza Fátima Rodrigues, “é impossível pensar no Brasil sem a contribuição da mulher negra na área da economia, dos cuidados e do apoio moral. Só que essa mulher negra, que a sociedade exige que ela seja forte, também precisa ser cuidada, amada e acolhida”.

Por esse motivo, continua a coordenadora da Coant, “a marcha tem o sentido político de buscar construir no dia a dia, dar visibilidade ao protagonismo de todas mulheres negras. Portanto, é necessário que se desenvolva políticas públicas, para que possam efetivamente alterar a qualidade de vida dessas mulheres”.

Para a organização, o evento deste ano além de denunciar as condições de vidas das mulheres negras, vítimas de violência, do patriarcado e racismo, rememora a primeira marcha das mulheres negras em Belém, no bairro do Guamá – realizada no dia 25 de julho de 2016 – e busca proporcionar uma reflexão sobre as mudanças de vida das mulheres negras ao longo dos últimos 30 anos e as políticas públicas desenvolvidas.

“É uma marcha que traz todas essas reflexões. Não é só para que a gente pense e reflita, é também para elaborar estratégias de sobrevivência não só de nós, mulheres negras, mas da gente enquanto sociedade, já que a proposta das mulheres negras é de transformação social, de autonomia social para todas as pessoas. Então, que se comece pela base, que somos nós”, ressaltou a jornalista e membro da organização da Marcha das Mulheres Negras, Flávia Ribeiro.

História – No dia 25 de julho é celebrado o Dia Internacional da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha e o Dia Nacional de Tereza de Benguela, uma mulher negra e importante líder do quilombo no estado do Mato Grosso.

O dia 25 de julho lembra também o primeiro encontro ocorrido no dia 25 de julho de 1992, onde um grupo de mulheres negras dos países da América Latina se reuniu em Santo Domingos, na República Dominicana, para debater os direitos das mulheres, racismo e levantar debates para combater a opressão de gênero, entre outras pautas.

Texto: Joyce Assunção, via Agência Belém.

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