Foto: Andressa Anholete
A Frente Inter-religiosa Dom Paulo Evaristo Arns por Justiça e Paz divulgou nesta terça-feira (9), uma nota em que expressa preocupação com declarações de caráter preconceituoso feitas por Michelle Bolsonaro.
Segundo a organização, sua falas ferem o Estado democrático de Direito e promovem a cultura do ódio por meio da “demonização do diferente”, além de outros delitos.
“Em nome do respeito à fé, pedimos que a primeira-dama se retrate imediatamente, dentro dos princípios cristãos de amor ao próximo que afirma professar e aja em conformidade com as leis que regem nosso país, a fim de que seja verdadeiramente uma pátria para todos os brasileiros e brasileiras, indistintamente de opção religiosa ou política”, diz o documento.
Na segunda-feira (8), Michelle compartilhou em suas redes sociais, uma publicação na qual afirma que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) “entregou sua alma para vencer essa eleição”. O texto é acompanhado por um vídeo que exibe encontros de Lula com lideranças de religiões de matriz africana.
“Isso pode, né! Eu falar de Deus, não!”, escreveu a esposa do presidente Jair Bolsonaro (PL) ao compartilhar uma postagem da vereadora Sonaira Fernandes (Republicanos).
“Não lutamos contra a carne nem o sangue, mas contra os principados e potestades das trevas”, escreveu a parlamentar da cidade de São Paulo, que foi compartilhada pela primeira-dama.
Segundo a Frente Inter-religiosa Dom Paulo Evaristo Arns por Justiça e Paz, Michelle Bolsonaro está utilizando de “um maniqueísmo fundamentalista e perigoso, característico de regimes fascistas”.
“Essa mesma estratégia foi utilizada no passado para legitimar perseguições religiosas destrutivas e promotoras de mortes. O resultado dessas declarações não pode ser outro senão fomentar a desagregação da sociedade através do medo e colocar em risco a luta internacional de mais de um século por diálogo e cooperação inter-religiosa e ecumênica”, diz a nota de repúdio.
Com informações de Folha de São Paulo.