O ex-presidente Lula (PT), em entrevista à revista IstoÉ, afirmou que Jair Bolsonaro (PL) terá que aceitar o resultado das urnas: “simples assim!”. Segundo pesquisas eleitorais, Lula é o favorito para vencer a corrida presidencial e retornar ao Palácio do Planalto.
“Depois da eleição o vencedor governa, quem perdeu se prepara para a próxima. É assim”, disse o petista.
Perguntado se dará um fim ao teto de gastos em um eventual novo governo, Lula foi direto: “ele já acabou”.
“O governo Bolsonaro nunca respeitou o teto de gastos. Eu acho a responsabilidade fiscal importante. Eu pratiquei a responsabilidade fiscal nos meus governos, reduzimos a relação dívida e PIB e promovemos o crescimento, E fiz tudo isso porque sou responsável, coisa que aprendi de pequeno, com minha mãe. Não é um teto que gera responsabilidade. A pandemia foi um exemplo de como o teto de gastos não funciona. O País tem necessidades sociais urgentes, precisa investir para construir ativos e se desenvolver. Teremos que cuidar de tudo isso ao mesmo tempo, sem loucura. Buscando investimentos produtivos no exterior, conversando com governadores e prefeitos”, explicou.
Questionado sobre a criação de uma nova âncora fiscal, Lula declarou: “eu pretendo governar com responsabilidade sobre as contas públicas, diante da situação que o governo Bolsonaro vai entregar, que será, tanto do ponto de vista social, quanto econômico, pior do que a que eu peguei em 2003. O que o Brasil ainda tem, diferente daquela época, são as reservas de mais de US$ 300 bilhões deixadas pelos governos do PT. Isso nos dá alguma estabilidade e segurança. E hoje eu sou mais experiente. Sei que terei que trabalhar muito, e conversar muito com a sociedade para o país voltar a crescer de verdade, acima da média mundial. Você pode ver pelos meus governos que melhoramos todos os indicadores de contas públicas”.
Ainda que provocado, o ex-presidente novamente disse que não escolhe ministros, inclusive o da Fazenda, antes de ser eleito. “Eu não defino equipe antes de ganhar eleição. Uma coisa que eu sei que o Brasil não aguenta são mais quatro anos de Bolsonaro e Paulo Guedes”.
Via Brasil 247
Foto: Ricardo Stuckert