Obras do Boulevard da Gastronomia revelam antigo Cais de Arrimo de Belém

(Imagens divulgadas pelo Iphan PA de vestígios de antiga praça e de vestígios do antigo cais de arrimo)

As obras do Boulevard da Gastronomia, que são executadas no Boulevard Castilhos França, em Belém (PA), revelaram um pouco da história da formação da capital paraense. Com as intervenções, realizadas pela Prefeitura de Belém, foi localizado o antigo Cais de Arrimo da cidade, que data do período colonial, e pode ser visualizado em imagens antigas. Diante dos achados, as intervenções na área serão acompanhadas por profissionais da  área da arqueologia. Ao Iphan-PA, caberá fiscalizar as intervenções até o final dos trabalhos.

O Cais de Arrimo é de um período em que a Baía do Guajará adentrava a área que hoje é conhecida como Praça dos Estivadores. No canteiro de obras, também foi encontrada parte de um trilho utilizado em meios de transporte, aparentemente de pequeno porte, e outras estruturas da praça anterior que existia no local. Além disso, as escavações revelaram objetos como louças, garrafas de gres, ferragens e moedas que datam da década de 1960.

“Esse é um momento importante e marcante na história belenense, visto que somente através de obras públicas desta envergadura é possível conhecermos mais sobre o passado, a origem da cidade e suas formas de interação social até a construção da sociedade atual”, explicou a arqueóloga e coordenadora técnica do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) no Pará, Denise Rosário.  A guarda definitiva do material ficará a cargo do Museu do Estado do Pará (MEP), instituição ligada à Secretaria de Cultura do Estado do Pará.

As obras  

O projeto realizado pela prefeitura visa à requalificação da área a partir da implantação de quiosques, áreas de convivência, ciclofaixas e recuperação das praças. A área, que está incluída no Centro Histórico de Belém, é tombada pelo Iphan como Patrimônio Cultural. Com o início das obras, foram encontrados vestígios arqueológicos, mas o projeto carecia de acompanhamento arqueológico.

O Iphan pediu o embargo das intervenções até que fosse apresentado projeto de pesquisa arqueológica. Técnicos do Instituto realizaram reuniões com a prefeitura de Belém de modo a orientar sobre as medidas a serem adotadas durante as obras, dentre as quais estava a necessidade de contratação de profissionais da área da arqueologia, que devem acompanhar as intervenções até o final dos trabalhos.

O Iphan e a prefeitura de Belém estão caminhando em conjunto em prol de uma Belém harmônica, sustentável e que cuida do seu Patrimônio Cultural.

Fonte: Iphan

 

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