Amarilis Marisa/ Agência Belém
A Prefeitura de Belém segue investindo na requalificação e revitalização de diversos espaços da capital paraense em preparação à Conferência Anual das Nações Unidas para o Clima, a COP-30, que será realizada em novembro de 2025.
“Há um conjunto de obras que contempla as áreas de saneamento, saúde, mobilidade, transporte e turismo, já pactuadas no âmbito federal, a exemplo do Complexo do Ver-o-Peso e do Mercado de São Brás, além de outras demandas, como a duplicação da Bernardo Sayão e a nova Senador Lemos”, informa o coordenador do Comitê Executivo Municipal da COP 30, Luiz Araújo.
Segurança e conforto – O novo Complexo do Ver-o-Peso, um investimento de R$ 82 milhões, vai contemplar todas as áreas e setores – estacionamento, feira principal, os mercados de carne e de peixe, a pedra do peixe e a Feira do Açaí -, com adequação dos espaços. O quase quatrocentão entreposto comercial, referência na rota turística de Belém, após a revitalização vai garantir mais dignidade aos 1.193 permissionários, chegando a 2.400 atuando formalmente e informalmente no Ver-o-Peso, somando-se ajudantes e ambulantes da área.
Mais de 20 mil pessoas circulam diariamente pela feira secular, que extrapola o cenário econômico e se consolida como referência cultural e social da capital paraense.
Segurança, conforto e melhoria na comercialização dos produtos são metas para fortalecer a economia, com a geração de emprego e renda também influenciada pela atividade turística, uma vez que o “Veropa” – assim chamado carinhosamente pela população -, é visita obrigatória para quem vem conhecer a Belém margeada pelas águas; a cidade que oferece um caleidoscópio de cores, sons e sabores únicos, especialmente em outubro, na efervescência do Círio do Nazaré.
Época de atmosfera mágica, o Círio permite à capital receber de braços abertos cerca de um milhão de pessoas, que se espalham em ondas de fé por suas ruas, praças, feiras, casarios e demais caminhos percorridos pela Virgem de Nazaré.
O Ver-o-Peso é o reflexo nítido de uma Belém diversa, multicultural, repleta de encantos e de sabores que seduzem ao primeiro encontro. Peixes, pimentas, ervas e frutas, com espaço especial para o açaí, o cupuaçu, o bacuri e a pupunha, consumidos in natura, em doces, sorvetes e muitos pratos criativos e de reconhecimento internacional.
A última intervenção no complexo ocorreu no início dos anos 2000, na primeira gestão do prefeito Edmilson Rodrigues no Executivo municipal.
Obras – Em junho passado, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) assumiu o compromisso de financiar a obra. Na ocasião, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, reafirmou o compromisso com a execução de obras estruturais na cidade. “O governo federal não vai medir esforços para que a gente ajude a Prefeitura de Belém e o governo do Estado para fazer o melhor aqui”, garantiu o presidente Lula.
O prefeito Edmilson Rodrigues ressaltou a importância do anúncio de mais melhorias. “Tenho uma dívida com o presidente, como cidadão de Belém e prefeito, de ver nossa cidade sediar a COP e assegurar recursos para obras fundamentais para nossa população”, acrescentou.
Emprego e renda – “Graças a Deus vão fazer a reforma. A gente tá querendo que tudo fique legal, bacana, pra trazer nossos clientes de volta”, disse a feirante Renata Corrêa.
Da mesma opinião compartilha a pescadora Mickele de Sá Bahia, moradora de uma comunidade ribeirinha de Belém e frequentadora assídua da feira. “Essa reforma vai melhorar muito pra nós, porque todos os dias tem muita gente que compra aqui. Nosso cartão postal também vai ficar mais bonito e atrair mais pessoas”, prevê Mickele.
A requalificação do Complexo do Ver-o-Peso vai refletir ainda em melhorias no centro comercial e histórico de Belém. “Alcança todo o entorno do Complexo e ativa a nossa memória afetiva, porque o Ver-o-Peso pulsa 24 horas, com arte, cultura, gastronomia, cores, movimento. Ele é tão importante para Belém como o rio é para o pescador!”, garante a presidente da Fundação Cultural do Município de Belém (Fumbel), Inês Silveira.
Texto: Silvia Sales, com colaboração de Roberta Corrêa e Douglas Borges, via Agência Belém