Por Antonio Netto (*)
Os paraenses retornarão no próximo domingo às urnas. É bem verdade que os candidatos à governo não são nada motivacionais para que possamos depositar nosso voto de confiança. Com certeza seremos movidos muito mais pela obrigação da Justiça Eleitoral de votar do que levar em consideração as propostas dos candidatos, pois como diz a música eu presto atenção no que eles dizem, mas ele não dizem –absolutamente – nada (o absolutamente é por minha conta).
De um lado o projeto privatista e meritocrático do neoliberal Simão que tem tentando a todo custo fugir deste rótulo. Entretanto, a cada de- bate e programa eleitoral demonstra que a educação pública só terá vez se apresentar resultados para receber “prêmios”, isso mais nos parece àquele cachorro que paga a prenda e ganha um biscoito como recompensa.
Reafirma peremptoriamente que a venda subfaturada da CELPA somente serviu para a construção da Alça Viária, o que nos leva crer, é bem verdade a uma mecânica reflexão, de que precisará vender outro patrimônio público para realizar mais uma obra faraônica.
Quanto ao servidor público, este terá a política de reajuste zero, de um modo geral. Especificamente da educação não podemos esquecer que Simão transformou nosso ato em frente ao CIG em verdadeira ação de guerra que resultou em transeuntes e grevistas feridos gravemente por balas de borracha, inclusive com um deles perdendo a visão de um dos olhos, quando nossa categoria se encontrava em luta.
Estes são alguns aspectos que devem ser levados em consideração em relação a um candidato que não é flor que se cheire.
Quanto à atual mandatária do Governo não desce de sua arrogância para de forma humilde pedir o voto do povo. Assim a força do povo não conseguirá reelegê-la. É incrível, como uma governadora que não dá a devida atenção para a melhoria do serviço público se arrogar em dizer que a sua grande obra é a melhoria de sua gente, um paradoxo. Ora o serviço público visa exatamente atender ao povo de quem agora ela pede o voto.
Agora o maior desserviço prestado pela candidatura de Ana foi sem dúvida a aparição do maior inimigo de classe que já tivemos no Pará – Almir Gabriel, nos programas eleitorais. O quê agrega Almir na pragmática caça aos votos? Creio que basta de desenterrarmos os mortos-vivos da política paraense. Almir Gabriel representa a mais perniciosa política neoliberal já posta em prática no Pará, só perdendo em caixinha de maldades aos governos neoliberais do PSDB em São Paulo, em termos de Brasil.
Muitos desavisados se apressarão em dizer que esquerda e direita são os dois lados de uma mesma moeda, ledo engano, pois se esquecem de que alternativas de esquerda existiram no primeiro turno.
Infelizmente, o Partido dos Trabalhadores somente se preocupa em tomar medidas paliativas de conter a nefasta lógica capitalista, como se fosse possível dourar a pílula.
Como os deuses foram implacáveis com o povo paraense nos deixando duas opções que representam muito mais percalços ao povo, do que possibilidades de melhoria de vida, que perdurarão por quatro anos. Infelizmente, é o que nos resta. Espero que o conjunto da classe trabalhadora possa tomar a decisão, neste caso, que acarrete menos prejuízo ao tão sofrido povo paraense.
Apesar de tudo, bom voto meu amigo eleitor!Felizmente, a minha opção foi o de arrumar as malas e aproveitar o extenso feriadão que teremos pela frente, é melhor do que tentar decifrar a esfinge do segundo turno no Pará.
Por Antonio Netto.
(Educador e sindicalista)