A fezinha do brasileiro

Inácio Guilherme da Silva Leite (*)

O brasileiro adora uma “fezinha”. No bicho, na Loto, na Sena, na Loteca, no bingo, enfim, gosta de tudo em que entre sorte ou azar, esse espíirito também se manifesta na política. Os rateios são feitos, as cartas são distribuídas, as apostas são altas. O negócio é ter sorte. Torcer para ganhar. A Mega Sena da virada do ano, por exemplo, foi uma verdadeira loucura. Pagou o maior prêmio de todos os tempos. Nunca antes se viu uma bolada tão apetitosa! Mais apetitosa do que essa, só na montagem do grupo para comandar o País. Nunca se viu coisa parecida.
O presidente que “saiu” jamais deixou de fazer suas apostas durante os oito anos em que comandou a banca. A presidente que entrou agora vai poder revelar sua capacidade de se sentar à mesa do jogo. Quanto aos demais associados do grande cassino do Planalto, sabemos da história de alguns. Muitos ficantes são bem conhecidos. E outros tantos já são velhos habitués das mesas do pôquer brasiliense. Na verdade a presidente já está a postos para receber as cartas, tem um rosto desconhecido. A atitude fria, absolutamente sem transparência, nessa presença inaugural na mesa, não permite deduzir nada. Porém o povo compareceu com milhões de apostadores fazendo a sua fezinha. Quem vai ganhar, o povo ou a banca? Aliás, as dificuldades já começaram com a dúvida idiota surgida por conta do título da ocupante do Planalto: vai ser presidente ou presidenta? Segundo informam os bajuladores mais próximos, parece que a própria prefere ser chamada de presidenta. Será que assim ela fica mais contenta? Vai ser mais competenta? E, sem dúvida, mais eficienta?
Não sei, mas em todo caso a vitória do povo só acontecerá se o prêmio dá próxima sena da virada trouxer benefícios reais para os apostadores.
O presidente que saiu deixou imensos problemas para a presidente que entrou. Primeiro, ela terá de encaminhar, com coragem e energia, as reformas fundamentais que seu patrono prometeu e não fez. FALÁCIAS.
Chega de paternalismo; Chega de maternalismo; Chega de monitoramento político e ideológico; Chega de infantilização; Chega de impor opiniões e comportamentos. Não queremos apenas fazer uma fezinha. Temos que acertar no alvo.

Inácio Guilherme da Silva Leite.
Assitente em Ciência e Técnologia

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