Protesto contra Belo Monte em Washington

WASHINGTON – Cerca de quarenta pessoas manifestaram ontem contra a construção da usina de Belo Monte em frente à embaixada brasileira em Washington. Aos gritos de “Salve a Amazônia! Salve o Xingu! Dilma, que vergonha!”, ativistas e simpatizantes da ONG Amazon Watch promoveram uma caminhada de protesto pelo bairro de Georgetown, onde está localizada a representação diplomática brasileira, empunhando cartazes em verde-amarelo com dizeres contra a polêmica hidrelétrica.
Manifestantes em Washington

Theresa Williamson, diretora da ONG carioca CatCom, aderiu ao coro na manifestação na capital americana:

– Esperava mais da Dilma (Rousseff), uma melhora em relação ao governo Lula. Mas estamos vendo o contrário, o desmatamento aumentou este ano, o novo código florestal passou, há uma maior número de mortes de ativistas na Amazônia. É uma decepção muito grande – criticou.

A carioca Marisa Silveira, ativista da Amazon Watch, apontou uma contradição entre as ações do governo e a imagem do Brasil no exterior.

– O país vende uma imagem de gerador de energia limpa, empenhado em diminuir o desmatamento na Amazônia, mas o que tem feito recentemente depõe contra isso e é incompatível com o seu discurso no exterior. Considero uma ironia o país ser a sede da conferência Rio 20 no ano que vem – disse.

A americana Lindsay Hugues, 26 anos, integra a associação internacional Amigos do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra, e passou dez semanas no Brasil trabalhando junto ao MST. Na sua opinião, a construção da usina é um desperdício.

– É algo terrível. Não será nem eficiente, e vai prejudicar o meio ambiente a comunidade indígena.

Katie Mickel, 19, de Lousiana, megafone na mão, comandava as palavras de ordem da passeata. A jovem militante da ONG revelou sua preocupação com os rumos da política brasileira.

– A construção de Belo Monte mostra que o Brasil prioriza o crescimento econômico em detrimento do desenvolvimento sustentável – sustentou.

Ao som de uma solitária percussão, os ativistas simularam de forma teatral uma inundação em Altamira provocada pela construção da usina. Depois, entregaram a um diplomata brasileiro um cartaz com o texto “Washington D.C. diz não à usina de Belo Monte – Dia de ação internacional em favor dos povos indígenas e dos movimentos sociais brasileiros”.

Fonte: oglobo

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