Natasha Pitts [Adital]
Jubileu Sul convoca população e organizações a gerar intensa mobilização popular durante Rio+20
Para que a Rio+20 – Conferência das Nações Unidas em Desenvolvimento Sustentável, a ser realizada em junho de 2012, no Rio de Janeiro, Brasil, não seja vazia, repetitiva e tomada por falsas soluções, Jubileu Sul Brasil e Jubileu Sul/Américas estão engajados na luta e convocam os movimentos e organizações da sociedade civil a fazerem sua parte.
A Rio+20 precisa superar as discussões sobre o clima geradas na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas – COP 15, em Copenhague (2009), na COP 16, em Cancún (2010, no México), e nos diversos outros processos de negociação internacional que não chegaram a acordos decentes para conter as mudanças climáticas e o endividamento de países em desenvolvimento que, mesmo tendo sido explorados hoje e sempre, são os que pagam os preços mais altos.
Assim, a rede Jubileu Sul convoca a população mundial e suas organizações a “enfrentar o desafio de poder gerar uma maior mobilização popular e coordenar estratégias para fazer frente à voracidade capitalista que se vê”. Não só na próxima Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas – COP 17, a ser realizada em Durbán, na África do Sul, entre os dias 28 de novembro e 9 de dezembro, mas em especial na Rio+20, evento que terá forte impacto sobre a Natureza e o clima.
Nesta reunião entre mandatários e representantes do capital internacional, a grave situação climática – que tem superado estimativas científicas conservadoras – deve obrigar os tomadores de decisão a agir. A pressão deve vir do povo para que as decisões sejam positivas, pois, sejam elas quais forem, vão afetar a vida no planeta nos próximos anos.
Por isto, Jubileu Sul encoraja: “Temos a urgente necessidade de gerar uma grande mobilização popular (…) para enfrentar este avanço do grande capital, denominada e difundida com o atrativo nome de ‘economia verde’ ou ‘new green deal’. Vêm pelo último que ainda lhes resta por dominar: os bosques, os territórios, o água, o ar, a biodiversidade, as sementes, os alimentos”.
Assim sendo, as palavras de ordem são: assumir um protagonismo claro e contundente. Adotando esta postura é que foi idealizada a ‘Cúpula dos Povos pela Justiça Social e Ambiental, contra a mercantilização da Vida e em defesa dos Direitos dos Povos e da Natureza’. O evento, aberto e independente, quer ser uma experiência de fortalecimento dos processos de mobilização, formação e articulação das forças populares, anticapitalistas e antiimperialistas. A Cúpula almeja ainda focar na educação popular, visibilizar as lutas sociais, a resistência e articular redes que possam trabalhar juntas.
Dessa forma, unindo esforços, Jubileu chama a população mundial e organizações a abraçar demandas urgentes como: a anulação das dívidas ilegítimas dos países do Sul e a realização de auditorias; a exigência de que o Banco Mundial esteja foram das decisões que afetam o clima; a redução das emissões dos países do Norte; a exclusão de falsas soluções de mercado; a garantia, proteção e defesa dos territórios dos povos originários e campesinos; exclusão de novos projetos que prejudiquem a já delicada crise ambiental e climática; defesa da soberania alimentar, dentre tantas outras pautas que deveriam estar no topo das discussões dos principais eventos sobre o clima.
“Nosso mundo não está à venda, nossa dignidade, amor pela terra, saberes e culturas tampouco. A Natureza, a Pachamama, a vida: Não se vende, nem se empresta. Se defende!”
Natasha Pitts
Jornalista da Adital