Prefeitura elabora plano para transformar Belém em território livre do analfabetismo

A intervenção é urgente, considerando que mais de 11 mil pessoas que estão no Cadastro Único para Programas Sociais do governo federal (CadÚnico) nunca frequentaram a escola. Foto: Leandro Muller

Se estivesse vivo, Paulo Freire completaria dia 19 de setembro 100 anos de idade. Para celebrar o centenário do educador, a Prefeitura de Belém instituiu, por meio da Portaria 001/2021, um grupo de trabalho para promover a alfabetização em toda capital paraense, contando com a parceria de outras secretarias e coordenadorias municipais, de instituições de ensino superior, dos movimentos sociais e de organizações da sociedade civil. A intenção é declarar Belém território livre do analfabetismo, a partir da execução do Plano de Alfabetização de Belém. Uma ação importante para marcar o Dia da Analfabetização, comemorado anualmente em 8 de setembro.

A intervenção é urgente, considerando que mais de 11 mil pessoas que estão no Cadastro Único para Programas Sociais do governo federal (CadÚnico) nunca frequentaram a escola. Assim, a partir deste mês até dezembro de 2021, estão programadas várias atividades de mobilização, busca ativa de estudantes a partir se 15 anos e formação de alfabetizadores e coordenadores que vão atuar nas turmas da Educação de Jovens, Adultos e Idosos (Ejai) que serão abertas em 2022.

O Plano de Alfabetização de Belém irá trabalhar com duas metodologias: a primeira, Freireana, que utiliza o universo vocabular das pessoas e temas geradores, focados na realidade do indivíduo, com atividades de círculo de cultura e diálogos, para a formação política. A segunda corresponde ao método cubano chamado “Sim, posso”, que trabalha com recursos audiovisuais e círculos de cultura, os quais serão desenvolvidos, em especial, pelos movimentos sociais, mesclando com a filosofia freireana.

“Alfabetizar é aprender a ler, escrever, a principal função da escolarização. Quando a gente encontra uma cidade com um grande número de pessoas não alfabetizadas, certamente temos uma cidade em que exclui as pessoas. Nesse tempo de pandemia, as que não conseguiram atingir ou buscar os auxílios emergenciais são aquelas que não sabem ler e escrever”, enfatiza a secretária de Educação, Márcia Bittencourt.

Segundo ela, pessoas não alfabetizadas ainda é um câncer muito grande na nossa sociedade e “devemos lutar todos os dias para que isso seja superado e é nossa função. Como Secretaria Municipal de Educação, não só lutar por isso, mas constituir estratégias que a gente realmente possa superar esse analfabetismo”.

Agenda – Entre as atividades confirmadas para a celebração do centenário de Paulo Freire, nesta quinta-feira, 9, aconteceu sessão especial na Câmara Municipal de Belém (CMB) com a participação da secretária municipal de Educação, Márcia Bittencourt, e profissionais da área. No dia 14 a Semec irá promover apresentações culturais e a divulgação das obras de Paulo Freire.

A programação segue nos dias 16 e 17 com a realização de um webnário sobre o processo de alfabetização na cidade e no dia de celebração do Centenário, 19 de setembro, a Prefeitura de Belém fará um grande cortejo na Praça da República em defesa da educação e do legado de Paulo Freire. Já no dia 24, a Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa) realiza sessão especial tendo como pauta o Centenário de Paulo Freire.

Texto: Tábita Oliveira – Agência Belém

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