Pai D’égua com Marinor: Solidariedade à Bruno e Dom dão o tom da semana

Ju Abe

O programa semanal da professora e política Marinor Brito (PSOL/PA) recebeu como convidados o rapper Everton MC e a cantora Naieme. Entre discussões sobre políticas públicas, criminalidade na Amazônia e o já eventual tema eleições 2022 como oportunidade maior para derrotar Bolsonaro, o destaque da semana foi o lamento em relação às recentes notícias do assassinato de Bruno Araújo e Dom Phillips que chocaram o mundo, bem como a manifestação de solidariedade às famílias dos assassinados, que impulsionaram uma discussão sobre o fortalecimento das identidades culturais e étnicas da Amazônia (veja o vídeo com o episódio na íntegra, ao final da matéria).

Marinor começou com manifestação de solidariedade à família dos assassinados, visivelmente emocionada: “A gente não pode bater esse papo sem prestar solidariedade às duas companheiras do jornalista Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira, que estão com o coração dilacerado, assim como devem estar os familiares e os amigos”.

Via-se no olhar dos três participantes um sentimento de profunda indignação diante do ocorrido, os quais ganharam ênfase através das palavras:

“A gente lamenta, porque, nos últimos anos a gente vê muitos ambientalistas aí tentando lutar contra a questão do desmatamento, denunciando várias questões na Amazônia e infelizmente ainda estão sendo vítimas desse genocídio”, disse Everton MC.

A cantora Naieme, então falou: “a gente (O Pará e o Amazonas ) é, há muitos e muitos anos, palco de crimes. Eu lembro quando a Dorothy (Stang) tombou, eu me lembro do quanto isso foi marcante pra mim. E o quanto a gente trás na nossa história, no nosso contexto, o tempo todo uma história de luta”, disse ela, referindo-se ao histórico de massacres nos conflitos por terras na Amazônia, que têm se acentuado durante o governo Bolsonaro. Em seu desabafo, a artista, que é descendente de indígenas, relembrou o quanto os povos indígenas amazônicos ainda são apagados, em processos históricos que se perpetuam no seio da sociedade: “Eu tenho toda essa ancestralidade (indígena), mas só que a gente cresce com um resultado de um apagamento histórico muito maior. Porque (as pessoas pensam que) ‘ é ruim ser indígena’ (faz gestos de aspas com as mãos)”.

A propósito, a cantora, que antes tinha como nome artístico “Nanna Reis”, decidiu recentemente assumir o seu nome de batismo “Naieme”, de origem indígena, e citou sua série de Youtube, que trata sobre esse processo de transição, que segundo ela, faz parte da “retomada das ancestralidades”: “ (Em 2021) eu ganhei um prêmio que me permitiu fazer uma série, que foi quando eu expliquei essa transição”, disse ela referindo-se à produção audiovisual onde ela mostra a mudança.

Já Everton citou destaque de seu trabalho musical, que foi a participação na Parada Poética de São Paulo, no SESC Campinas, onde, no ano de sua participação, ele foi o único representante da região Norte. O rapper contou também que está de viagem marcada em julho, juntamente com Pelé do Manifesto, para participar da Feira Literária de Paraty, no Rio de Janeiro.

Onde encontrar Naieme e Everton MC:

NAIEME (@eusounaieme) • Fotos e vídeos do Instagram

Everton MC © (@evertonmc10) • Fotos e vídeos do Instagram

Everton MC – YouTube

NAIEME – YouTube

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