Em Belém, Lula diz que é preciso transformar a cultura numa atividade rentável para quem a produz

Em encontro com artistas paraenses, nesta quinta-feira (01/09), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva reforçou o compromisso com o setor cultural e com a valorização das manifestações de todos os cantos do país. Ele disse que retomará o Ministério da Cultura, além de criar comitês estaduais, e defendeu que os recursos para a área sejam tratados como investimento, não como gasto.

“É preciso parar de tratar a cultura como gasto. Essa é a mudança chave que nós temos que ter e entender a cultura como instrumento da economia brasileira. A cultura, ela pode gerar muitos empregos. (…) Então, nós vamos retomar o Ministério da Cultura e vamos efetivamente, criar comitês estaduais de cultura”, afirmou a uma plateia que lotou todos os espaços do centenário e charmoso Teatro da Paz, em Belém.

Depois de ouvir de artistas e políticos locais elogios à gestão do setor nos anos em que o PT esteve na Presidência, Lula afirmou que, se ganhar as eleições, fará mais. “Se vocês acham que no meu governo a cultura foi bem incentivada ou foi tratada com muito respeito, se preparem porque vocês vão ter que me ajudar a fazer muito mais. Eu não posso voltar a presidir o país e fazer menos do que eu já fiz. Eu não posso voltar e fazer igual. Só tem sentido de estar aqui candidato porque eu tenho que fazer mais do que eu já fiz”.

Valorizar manifestações regionais

Lula destacou a importância de as manifestações culturais de todo o país serem valorizadas e terem representatividade em meios de comunicação, como as TVs, e disse que a cultura de um país é das coisas mais importante e o que lhe dá civilidade, nacionalidade e respeito.

“A cultura vai ganhar força porque nós temos que mostrar ao Brasil inteiro o que nós somos. (…) Tem muita coisa no Brasil inteiro. Se você visitar as regiões mais pobres do estado de Minas Gerais e você for no Vale do Jequitinhonha, você vai ver uma cultura exuberante que ninguém sabe. Porque está lá confinada, só vai ser exposta se alguém for lá e comprar”, destacou.

O ex-presidente declarou ainda ser preciso transformar a cultura numa atividade rentável para quem a produz e apontou os artistas e produtores como figuras centrais para fazer o Brasil dar o salto de qualidade que precisa.

Acompanhado da esposa Rosângela Silva, a Janja, de representantes da Coligação Brasil da Esperança e de políticos locais como Edmilson Rodrigues, prefeito de Belém, e de Hélder Barbalho, governador do Estado, Lula ouviu artistas e lideranças, viu apresentações de diferentes manifestações culturais locais, como o carimbó, e recebeu artesanatos, livro e pinturas de presente. O carimbó, apresentado pela Companhia Amazônica de Dança, teve participação de improviso de Janja.

Do governador Hélder Barbalho, que é filiado ao MDB, Lula recebeu o reconhecimento público da importância dos governos dele para a cultura local e para o desenvolvimento da região. Todos os presentes lamentaram os retrocessos pelo qual o setor cultural passa no atual governo e reclamaram especialmente do desmonte das leis Paulo Gustavo e Aldir Blanc.

Um dos pontos altos do encontro foi o depoimento da atriz Dira Paes, muito conhecida por atuações em clássicos do cinema nacional e novelas globais. Sem poder comparecer pessoalmente, a paraense gravou um vídeo de apoio a Lula. “você sempre foi um farol para a cultura brasileira. Ao longo de seus mandatos, nós tivemos a maior conexão entre os artistas e a diversidade cultural brasileira e com o povo brasileiro. Essa integração, que é uma função do artista, você e as suas políticas culturais nos proporcionaram muita, muita conexão com o povo” afirmou.

Fotos: Ricardo Stuckert

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