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Revista Fórum- Diante da “operação de guerra” encampada pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, garimpeiros que atuam de forma ilegal na Terra Indígena Yanomami em Roraima começaram a fugir da região. Vídeos que circulam nas redes sociais mostram a fuga desses trabalhadores do garimpo criminoso através de barcos lotados ou mesmo à pé em trilhas na floresta. Um outro vídeo mostra garimpeiros sendo rendidos por militares.
Na última segunda-feira (30), Lula assinou um decreto em que determina medidas duras contra os garimpeiros com o objetivo expulsá-los da região. A atuação do garimpo ilegal na Terra Yanomami, que se estabeleceu na área sob a anuência do governo de Jair Bolsonaro, levou os indígenas a uma crise humanitária sem precedentes.
Essa política genocida de Bolsonaro junto aos garimpeiros gerou entre os Yanomami um quadro crítico de desnutrição, com dezenas de casos de malária e outras doenças – sendo que centenas de crianças morreram nos últimos anos em decorrência da crise sanitária.
Diante de denúncias sobre a situação, Lula viajou com uma comitiva para a Terra Indígena em 21 de janeiro, declarou Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional e começou a adotar uma série de medidas de socorro aos povos originários, montando hospital de campanha, levando alimentos, vestuários e fornecendo atendimento médico com o auxílio da Polícia Federal, Forças Armadas e equipes dos ministérios dos Povos Indígenas, Saúde, Defesa e Direitos Humanos.
Paralelamente às políticas de assistência aos indígenas, o governo Lula adotou medidas de segurança e bloqueou o espaço aéreo da região, criando a chamada Zona de Identificação de Defesa Aérea (ZIDA), onde aviões cujos pilotos se recusarem a pousar para serem identificados poderão ser abatidos. Além disso, militares do Exército, junto a policiais federais, têm atuado em terra para expulsar os garimpeiros.
Essas ações forçaram a interrupção do abastecimento de comida, combustível e outros insumos aos garimpos, que chegavam através de aeronaves clandestinas. Diante da investida do governo, esses garimpeiros começaram a deixar às pressas a região. Calcula-se que mais de 20 mil garimpeiros ilegais ainda estejam na Terra Indígena.
“Temos essa informação de que muitos garimpeiros estão saindo. É bom que saiam, assim a gente diminui a operação que vai ser feita. Se eles saem sem precisar da força policial, é melhor para todo mundo”, disse neste sábado (4), em entrevista, a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, que está em Roraima para acompanhar de perto os trabalhos de expulsão dos garimpeiros e de assistência aos Yanomami.
Garimpeiros começam a deixar a Terra Yanomami antes da operação policial. São algozes e vítimas ao mesmo tempo. Vítimas do crime organizado que usa a mão de obra deles análoga à escravidão. Como algozes, deixam para trás uma terra arrasada. As águas barrentas denunciam o estrago pic.twitter.com/BIR2zDXORT
— JESSÉ SOUZA🚩👣 (@JesseSouza) February 4, 2023
Garimpeiros começam a fugir da Terra Yanomami após bloqueio do espaço aéreo na região
Imagens mostram dezenas de garimpeiros fugindo a pé pela floresta e de barco. Eles pedem para ser resgatados pelo Exército.Parabéns presidente Lulahttps://t.co/EQdtTHldxt pic.twitter.com/yZ92uDT28u
— Reinaldo 🇧🇷 🚩¹³ (@reyjbr2004) February 5, 2023
Vídeo emocionante dos GARIMPOS nas terras dos Yanomami 🌳🏹🌳 sendo desocupados. Cada dia sem garimpo significa que os rios vão ficando um pouquinho mais limpos, que um animal que seria caçado já pode andar livremente, dispersar sementes, ajudar a regenerar a floresta. pic.twitter.com/CkUn4LIdNa
— Rodolfo Salm 🌳🌴🌳🌴🏹 (@rodosalm) February 5, 2023