Lula pode ser um ponto de equilíbrio entre Pequim e Washington

Créditos: montagem Revista Forum/ Divulgação Internet

Revista Fórum- Em meio à tensão entre Washington e Pequim, Brasília pode ser um ponto de equilíbrio entre as duas potências. Nesta sexta-feira (10), o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, tem encontro marcado com o homólogo Joe Biden.

Entre os episódios que têm gerado divergência entre as duas potências está o balão da discórdia, aparato chinês que foi abatido pelos EUA enquanto sobrevoava o estado de Montana. Há versões conflitantes dos dois países. Washington afirma se tratar de um equipamento para espionagem. Pequim garante se tratar de um equipamento meteorológico.

Como pano de fundo dessa escalada de tensões entre os governos chinês e estadunidense há uma disputa tecnológica pela produção de chips. Biden já investiu centenas de bilhões de dólares numa política industrial que tenta deslocar da Ásia para os EUA e outros países a produção de chips.

Outro ponto de tensão entre o país asiático e o norte-americano diz respeito à soberania da China em relação ao território insular de Taiwan. Embora os EUA oficialmente reconheça o princípio de Uma Só China e que a ilha é parte do país asiático, há uma ofensiva que vai na direção contrária, em especial entre parlamentares estadunidenses.

O episódio do balão, somado à disputa tecnológica pela produção de chips e a questão de Taiwan elevou a tensão entre as duas maiores economias do mundo. Esse pior momento das relações sino-estadunidenses coincide com o que ambos os países investem em uma aproximação com o Brasil.

Na pauta do encontro entre Lula e Biden nesta sexta-feira está o convite dos EUA para o Brasil participar da cúpula internacional da democracia que está prevista para ser realizada em março. Trata-se de uma tentativa de Washington de construir uma espécie de aliança ocidental e diminuir a influência da China. Não há informações se o mandatário brasileiro aceitará ou não o convite.

Lula tem viagem marcada a Pequim, para encontro com o presidente Xi Jinping, no mês de março, ainda sem data definida. Na pauta estará, entre outros temas, a agenda comercial sino-brasileira, o futuro do Brics – bloco formado pelos dois países e mais Rússia, Índia e África do Sul. Outro item dessa conversa será a tentativa de Lula em persuadir o líder chinês para atuar pelo fim da guerra entre Rússia e Ucrânia.

 

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