O Conselho Municipal de Educação (CME) apresentou um protocolo de prevenção aos ataques no ambiente escolar. “É uma resolução propositiva para reforçar as medidas já anunciadas pelo prefeito Edmilson Rodrigues, porque é fundamental unir forças para o enfrentamento desses desafios”, ressalta o presidente do CME, Alberto Dasmasceno.
Cultura da Paz
O protocolo foi apresentado durante reunião da entidade, no dia 12 deste mês.
No documento, as medidas protetivas, no espaço escolar, são baseadas nos princípios da cultura da paz e da Educação em Direitos Humanos, a partir de premissas do respeito às diferenças e similaridades, desenvolvimento com base na cooperação, diálogo, promoção de valores e atitudes de não violência e solidariedade.
São ações que destacam a formação continuada de profissionais da educação, intensificam o Programa “Saúde na Escola”, para ampliar a atenção psicossocial no ambiente escolar. Também propõem a inclusão de temas associados à cultura da paz nas diretrizes curriculares, reforçam a promoção de atividades de esporte, cultura e de lazer, além da parceria com o Governo do Estado para o monitoramento policial no entorno das escolas.
A Prefeitura de Belém, por meio da Secretaria Municipal de Educação (Semec), já atua nos cuidados de proteção aos estudantes matriculados na rede municipal de ensino. “Certamente, com os últimos acontecimentos, estamos fortalecendo essas ações, a partir da adoção do protocolo preventivo para mitigar os riscos e fortalecer a segurança escolar”, destaca Damasceno.
Orientações
“Em conjunto com a Escola Bosque Professor Eidorfe Moreira (Funbosque) e a Guarda Municipal, a Semec definiu orientações para lidar com possíveis e eventuais situações extremas. Há uma preocupação, mas é importante não disseminar o pânico”, pontua a secretária municipal de Educação, Araceli Lemos, que participou da reunião do Conselho.
A titular da Semec destaca que a Prefeitura de Belém tem parcerias em cinco programas que envolvem as escolas na difusão da cultura da paz. “São parcerias de alta relevância junto ao Ministério Público do Estado (MPPA), Tribunal de Justiça (TJPA) e Advocacia Geral da União (AGU)”, lembra a secretária.
Aplicativo monitora ameaças nas escolas
Araceli Lemos destaca ainda o uso do aplicativo Guardião da Paz, desenvolvido pela Universidade Federal do Pará (UFPA), por ocasião da pandemia da covid-19. A ferramenta monitorava casos suspeitos da doença nas escolas, para prevenir a disseminação do coronavírus.
Hoje, o Guardião possui um vasto leque de abas no sistema, ampliando o controle e identificação de casos de ameaças e violências. Esta aba do aplicativo será monitorada pela Guarda Municipal.
Para além dessas medidas (de reforçar a ronda policial, especialmente nos horários de entrada e saída dos estudantes, e promover palestras e orientações), a Semec vai fortalecer a presença de psicólogos e assistentes sociais nas unidades de ensino para auxiliar no acionamento da rede de proteção da criança e do adolescente.
O combate aos crimes virtuais também será outra linha de ação da secretaria para superação de práticas de violência e crimes evidenciados no cotidiano escolar, além de promover os cursos de capacitação “A Cultura da Paz no Contexto Escolar”, direcionado a gestores e demais profissionais da educação, e que será estendido para o formato de Educação a Distância (EAD).
“Entendemos que ao fomentar a cultura da paz, do diálogo e do respeito vamos superar esses tempos difíceis de ódio disseminados nos últimos quatro anos, e construir uma sociedade mais fraterna e solidária”, completa Araceli.
Escolas mobilizadas pela paz
A Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental (EMEIF) Amália Paungartten foi uma das primeiras a adotar medidas protetivas tão logo as notícias dos ataques às escolas foram divulgados nas mídias e nas redes sociais.
Quem conta é a diretora Isvanete Ferreira. “Rapidamente adotamos medidas de prevenção, mobilizando estudantes, famílias, profissionais que atuam na escola, porteiros e representantes das empresas que fazem a vigilância escolar. Aí a Prefeitura anunciou o protocolo de segurança somando mais um ponto positivo para gente se resguardar”, completa a diretora.
A Amália Paungartten atende 600 estudantes, do Jardim II ao 9º ano. É uma das maiores unidades de ensino público do município, localizada no Guamá, o bairro mais populoso de Belém, de acordo com o Censo 2010 do IBGE, com cerca de 100 mil habitantes.
A atendente de restaurante Luana Almeida, que tem filho na escola, revela que se sente segura porque acompanha os cuidados da unidade educativa com as crianças e os jovens. “Mãe fica preocupada de entregar o filho na escola com essa violência que está ocorrendo, mas a Amália Paungartten está de parabéns por imediatamente traçar medidas de proteção, e com o policiamento fazendo cobertura no entorno da escola, a gente fica mais tranquila”.
Via Agência Belém