Foto principal (Bruno Spada/Câmara dos Deputados)
Com informações de De Olho nos Ruralistas
Presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito sobre o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra – a CPI do MST, o deputado Tenente-coronel Zucco (Republicanos-RS) foi eleito em 2022 com o apoio do movimento armamentista Proarmas, na mesma chapa do ex-vice-presidente e atual senador Hamilton Mourão. Antes disso, o militar gaúcho exercia um mandato de deputado estadual desde de 2018.
Deputado estadual mais votado no Rio Grande Sul naquelas obscuras eleições de 2018, Zucco recebeu apoio direto de Mourão e Bolsonaro, entretanto, sua ascensão política também se deu devido um personagem que acabou influenciando os rumos de sua atuação parlamentar.
Um dos principais financiadores de Zucco em 2018 foi Bruno Pires Xavier. Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o fazendeiro doou R$ 10 mil para a campanha do militar. Dona do Frigorífico Quatro Marcos, a família Xavier é alvo de diversas denúncias de crimes ambientais e trabalhistas. Ao todo, 324 trabalhadores foram resgatados de condições análogas à escravidão em imóveis rurais do grupo, durante cinco operações do Ministério Público do Trabalho (MPT).
Zucco tenta agraciar os apoiadores políticos
Na Câmara Federal, Zucco esforça-se para manter os compromissos com seus fiadores políticos. Em março de 2023, em meio ao escândalo de trabalho escravo nas vinícolas gaúchas, o parlamentar votou a favor da tramitação de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que visa extinguir o MPT e a Justiça do Trabalho no Brasil. De autoria do “príncipe” Luiz Philippe de Orléans e Bragança (PL-SP), o projeto contava com 66 assinaturas.
O projeto envolveu também a Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), aliada de primeira hora do deputado bolsonarista.