O CEO do submergível turístico desaparecido com cinco pessoas a bordo revelou seus medos em relação à viagem no ano passado.
Stockton Rush, que administra a OceanGate Expeditions, é membro de uma tripulação de cinco pessoas que submergiu na manhã do domingo (18), aproximadamente 3.800 metros de profundidade. A viagem levaria aos destroços do Titanic e custou US$ 250.000 por indivíduo.
Também a bordo está o bilionário britânico Hamish Harding, juntamente com o explorador francês Paul-Henry Nargeolet, o empresário paquistanês Shahzada Dawood e seu filho, Suleman.
Eles saíram às 4 da manhã de ontem, mas perderam a comunicação com a nave-mãe uma hora e 45 minutos depois.
Em uma entrevista do ano passado, Rush disse que os exploradores estariam seguros e teriam o oxigênio necessário para sobreviver. Entretanto, ele acrescentou que havia um “limite” para a segurança.
Ele disse à CBS News: “Você sabe, há um limite. Em algum momento, a segurança é apenas puro desperdício. Quero dizer, se você só quer estar seguro, não saia da cama”, falou.
“Não entre no seu carro. Não faça nada. Em algum momento, você vai correr algum risco, e é realmente uma questão de risco/recompensa. Acho que posso fazer isso com a mesma segurança quebrando as regras”, disse o empresário.
Especialista que alertou sobre perigo foi demitido
Em 2018, um especialista em submarinos que trabalhou para a OceanGate alertou sobre possíveis problemas de segurança, de acordo com documentos judiciais dos EUA.
O escocês David Lochridge deixou seu país para viver no Estado americano de Washington e trabalhar para a empresa. Em 2017, ele concedeu entrevista à BBC demonstrando entusiasmo com a missão.
Entretanto, menos de um ano depois, ele alertou seus chefes de que falhas no casco de fibra de carbono do Titan poderiam passar despercebidas sem testes mais rigorosos e recomendou que a empresa contratasse uma agência externa para certificar a embarcação.
Ele disse que seus avisos verbais foram ignorados, decidindo então escrever um relatório, quando foi chamado para uma reunião com vários funcionários da OceanGate, incluindo Stockton Rush. Após estes acontecimentos, a empresa decidiu demitir Lochridge.
A empresa o processou por revelar informações confidenciais. Já o especialista em submarinos processou a empresa por demissão sem justa causa. As duas partes chegaram a um acordo. Lochridge não está dando entrevistas neste momento, segundo seu advogado.
Submarino x submergível
Apesar da definição genérica de submarino aplicar-se também a embarcações submersíveis da espécie do Titan, este tipo de embarcação difere de um submarino “de fato”, pois sua capacidade de locomoção não é autônoma.
Segundo a National Oceanic and Atmospheric Administration, do Reino Unido, submarino é uma embarcação com capacidade de navegar no oceano autonomamente, enquanto um submersível possui reservas limitadas de energia, precisando ser transportado ao local de imersão por um outro veículo que controla a partida e o retorno do veículo.
Com informações de BBC e Diário do Centro do Mundo. Edição de Ju Abe