Educação Ambiental no contexto escolar

Telma Santana (*)

O homem é um animal racional, capaz de adaptar-se a qualquer habitat, pois sua inteligência permitiu criar meios que favoreçam seu bem-estar. A descoberta do fogo possibilitou, ao homem, a fixação em um determinado habitat. Assim, ele pôde perceber que era necessário fazer modificações no espaço natural, para gerar seu próprio alimento e viver em sociedade. Isso fez com que ele percebesse que suas necessidades estavam além do que já havia conquistado. Desenvolveu a agricultura, a arte, a religião, a ciência e a tecnologia, sempre buscando algo mais, sem se perguntar se o que estava fazendo poderia trazer algum problema para o futuro. Nos últimos anos, a ciência permitiu o avanço tecnológico que possibilitou ao homem ir até a Lua; conhecer novos planetas, sistemas e galáxias; criar aeronaves e automóveis cada vez mais potentes; avançar na medicina, na produção industrial e em diversas áreas da sociedade e produzir armas nucleares. O mundo ficou pequeno diante de tanto conhecimento. E o homem foi longe, tão longe que não percebeu que estava destruindo o que já existia neste planeta quando ele surgiu. Parece que esteve “sonhando”, enquanto descobria novas tecnologias e, de repente, quando acordou, percebeu que suas descobertas trouxeram sérios problemas para a Terra e, conseqüentemente, para ele mesmo.
Hoje, fala-se muito em aquecimento global, poluição, contaminação, extinção de animais e guerra. Será que esses problemas poderão ser resolvidos com o avanço tecnológico? Não, só isso não é o bastante. É preciso que cada pessoa esteja consciente que é necessário cuidar enquanto há tempo. Claro que a situação não será resolvida imediatamente, mas se começarmos a mudar nossas atitudes agora, em relação à preservação poderemos, talvez, reduzir os impactos ambientais.
Não faz muito tempo que as questões ambientais eram vistas como assunto para conservadores, cientistas, políticos e empresários. A presença das comunidades, organizações e outras instituições da sociedade civil foi adquirindo importância crescente nestes últimos anos, já se admite que os recursos naturais do nosso planeta são limitados e sua má utilização e desgaste influenciam direta e negativamente na qualidade de vida de todas as pessoas.
A Educação Ambiental pode ser considerada um processo de formação longo, contínuo e abrangente que busca sensibilizar as pessoas para que tomem consciência do seu papel na natureza para preservá-la, vivendo em equilíbrio com outros seres. É um conhecimento que deveria estar presente em todos os momentos de nossa vida, com participação de todos, inclusive das crianças da educação infantil e das séries iniciais. Infelizmente, o que temos observado é que muitos falam em Educação Ambiental, porém são poucos os que praticam, e estes, geralmente não dispõem de referencial teórico-metodológico necessário para o desenvolvimento de sua prática e mais difícil ainda é encontrar profissionais que busquem a reflexão e avaliação de seus trabalhos. Tudo isso gera uma dificuldade na construção e difusão do conhecimento, influenciando assim na compreensão do que seja a prática da Educação Ambiental, principalmente quando está voltada para a educação infantil, pois muitos educadores não conseguem globalizá-la aos conteúdos curriculares.

Telma Santana é Pedagoga e concluinte do curso de Turismo: Ênfase em Ecoturismo. Atua na área de educação ambiental.
Publicado no Papo Natureza

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