[Luiz Mário de Melo e Silva]
Alguém duvida que a acusação de corrupção no Ministério do Esporte é apenas um jogo de faz de conta da oposição para desestabilizar o governo Federal, como querem os defensores do governo?
A divergência entre governo e oposição poderia ser um grande estimulante para a democracia se não fosse a pretensão de ambos em manter o poder eterno, porque todos parecem fomentar a corrupção justamente por desejarem se eternizar no comando.
E na sociedade capitalista a conquista e manutenção do poder se dá, obviamente, pela posse do dinheiro, muitíssimo dinheiro – diga-se. Por isso, seria ingenuidade acreditar que não há o desvio de recursos públicos que alimentaria o caixa do partido do governo (anterior e atual), para com isso confrontar os oponentes a confortar os aliados.
Nesse sentido, a disputa em si seria um ato de corrupção ao representar um falso confronto para fazer valer regras que contemple a sociedade em geral, ou seja, a democracia em sua plenitude.
Sim, porque o atual governo, em tempos atrás, era oposição e, obviamente, a oposição, governo, demonstrando, assim, que há somente um jogo entre grupos pelo poder.
Não é demais, então, pensar que para manter o poder o PT e – porque não – o governo necessitam arrombar o cofre público seja através de ONG’s, de empreiteira e de quanto necessário forem os meios para adquirir dinheiro para manter o controle do poder; sobretudo por competir, nesse jogo (sujo), justamente contra quem acusava de praticar o desvio de recursos ao longo de mais de 500 anos.
Estando certo os antes acusadores, o quanto não desviaram os antigos “donos do poder” (direita), durante todo esse tempo? E quanto, então, não precisou fazer o mesmo os atuais ocupantes do trono governamental (esquerda) para superar – e com isso manter o poder – a quem acusavam?
Assim não há perdedor porque não há competidores, e, sim, farsantes, que acabam por permanecer no domínio da situação de surrupio de recursos públicos a se avolumar cada vez mais e que, de posse de tais recursos, devem corromper o maior número de segmentos sociais mantendo seu silêncio (agora criminoso) e com isso o poder.
Ora, isso talvez explique a falta de oposição ao governo observado por vários analistas políticos. E, neste caso, se conflito há esse é entre aqueles que não aceitam e não aceitarão nunca a corrupção, de um lado, contra aqueles que a praticam de diversas maneiras, do outro, sendo aqueles os grandes derrotados e estes, os vencedores.
Portanto, opiniões partindo de grupos do governo ou da oposição, na atual condição, soam como falsificação da realidade para conservar um status quo tão prejudicial aos brasileiros de bem, porque é impossível tanto escândalo de corrupção com esta aumentando a cada gestão.
Assim, parafraseando Nietzsche para quem “um exemplo de força é mais força” governo e oposição, para fazerem valer o poder e sempre mais poder, tendem a se servir do dinheiro rápido e em grandes volumes, com a corrupção sendo o mecanismo fácil para tal empreitada a oxigenar a vida deste país (e quiçá do mundo), para sua desgraça e satisfação do capitalismo que ainda se mantém de pé por conta disso – coisa a ser tratada em outra oportunidade.
Luiz Mário de Melo e Silva
Icoaraci – Belém – Pará.
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