Círculo Palmarino | Lançado no Pará corrente nacional do movimento negro

 

???????????????????????????????“Hoje é um dia histórico e memorável para nós. É um motivo de muito orgulho poder retomar e construir essa trincheira da resistência no coração da Amazônia, nesta terra cabana. Somos herdeiros de toda essa luta que vem sendo construída desde que o primeiro africano pisou nessa terra.  As lutas daqueles que foram oprimidos, escravizados, mas que nunca se curvaram ao colonizador”, afirmou o dirigente nacional do Círculo Palmarino,  corrente nacional do movimento negro, Joselício Jr (Juninho), por ocasião do ato de lançamento do seu núcleo paraense ocorrido no sábado (28.03.14),  no centro histórico da capital paraense (Praça do estivadores).

O ato contou com a participação de mais de 50 lideranças, entre representantes sacerdotais de denominações religiosas de matrizes africanas, grupos culturais e movimentos sociais diversos.  O evento também foi prestigiado pelo deputado Edmilson Rodrigues (PSOL) e pela historiadora Araceli Lemos.

A programação foi aberta com uma cerimônia afro-religiosa e durante a programação jovens artistas, ligados ao grupo “Cospe Tinta”, grafitavam painéis com imagens alusivas ao movimento, enquanto outros tocavam e entoavam cantos de luta sobre a resistência do movimento anti-racista, entre eles, o cantor Gilmar Guimarães e o grupo do projeto Casa Preta.

“Se hoje nós estamos aqui e temos a liberdade de nos pronunciar é porque o nosso povo ousou lutar por liberdade. Mas essa é apenas uma parte de nossa conquista. Ainda temos uma longa jornada pela frente e o nosso intuito é fortalecer esses instrumentos de luta anti-racista na capital e espraiá-lo por todos os cantos do Pará e do norte do Brasil”, afirmou Jucilene Carvalho, coordenadora local do movimento.

Alan Fonseca, também integrante da coordenação, considerou ser uma passo fundamental a construção do Círculo no Pará. “Nós que somos negros ancestralizados, no sentido religioso da palavra. E que honramos e mantemos a nossa cultura e tradição viva diariamente nos nossos espaços sagrados, popularmente conhecidos como terreiros, somos parte desse movimento de luta anti-racista e a nossa palavra de ordem é descolonizar”.

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O deputado Edmilson Rodrigues parabenizou o grupo pela iniciativa e afirmou que o Pará tem essa tradição de luta e resistência e possui vários movimentos fortes. “Essa resistência se expressa em várias formas. E mais do que resistir é dar passos largos na direção de uma sociedade sem nenhum tipo de exploração, de espoliação, de opressão, que fazem a infelicidade humana ser uma marca nesta sociedade tão perversa”, destacou.

O dirigente nacional também afirmou a importância da luta cotidianamente do movimento por ocupação de espaços e exigência de direitos. “São mais de quinhentos anos de colonização e destes, muitos anos sob os regimes mais perversos que a humanidade já viu. Continuamos resistindo e construindo esse projeto que congrega todas as forças, de todos aqueles oprimidos e que sonham com uma sociedade mais justa e igualitária. Lutamos por um projeto de nação verdadeiramente popular, multiétnica e queremos estar no protagonismo e na dianteira de nossa historia”.

A ato terminou com um pequeno cortejo na Praça do estivadores.

O Círculo Palmarino terá participação efetiva no próximo Fórum Social Pan-Amazônico, que se realizará no final de maio deste ano.

Sobre o Círculo Palmarino

O Círculo Palmarino foi criado em março de 2006, com o objetivo combater o racismo e todas as suas manifestações concretas. Jovens lideranças e antigos lutadores anti-racistas do movimento negro, sindical e estudantil resolveram somar seus esforços em torno da construção de uma corrente nacional do movimento negro que fosse um pólo de luta contra o racismo e de resistência ao neoliberalismo.

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