“Oferecer essa perspectiva de cuidado é reiterar o combate ao preconceito e promover a garantia de direitos. Hoje é mais um dia para se unir a essa luta, que nada mais é que uma luta pela vida”. É com essa atitude que a assistente social Rita Moraes, da equipe do Centro de Atenção à Saúde nas Doenças Infecciosas Adquiridas (Casadia), participou do evento alusivo ao Dia Internacional contra a LGBTQIAfobia, comemorado nesta terça-feira, 17.
Promovida pela Prefeitura de Belém, por meio da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), a “Akuenda” ofereceu diversos serviços, como verificação de pressão arterial e de glicemia capilar, limpeza de pele, avaliação nutricional e consulta farmacêutica. Em parceria com o Comitê Arte pela Vida, também houve atividades educativas e lúdicas.
“Essa ação foi pensada para combater, de fato, a LGBTQIAfobia. A crueldade com essa população só cresce a cada ano. Somos o país que mais mata essas pessoas no mundo. Então, trabalhamos para proporcionar o melhor espaço de cuidado e tratamento, pois isso também é reconhecimento das lutas. Hoje em dia, mais do que nunca, devemos trabalhar sob a ótica do respeito, da tolerância e de reconhecer o outro”, defende Rita.

Defesa
O educador popular em saúde Francisco Araújo, um dos organizadores da programação, explicou que o evento no Casadia faz parte das ações promovidas ao longo do ano voltadas ao público LGBTQIA+. “A luta pela defesa da vida é importantíssima. Para nós é uma alegria termos um momento dessa amplitude, com a participação de parceiros que nos ajudam a oferecer com maior qualidade nossos serviços”, frisou.
Para Francisco, a luta contra a aids ainda não foi vencida por causa dos estigmas que cercam a doença. “O preconceito, o silêncio e a discriminação ainda prevalecem. Historicamente foi a comunidade LGBTQIA+ que ficou marcada, mas o vírus não escolhe classe social nem gênero. Nosso papel é promover a saúde, ser uma referência no tratamento e romper as barreiras. Um dos nossos maiores obstáculos não é apenas o vírus, e sim o preconceito”, assinalou.
Membro do Comitê Arte pela Vida – organização da sociedade civil que atua há 25 anos pela dignidade e direitos das pessoas que vivem com HIV –, Amélia Garcia lembrou que a luta contra a aids é de todos. “O evento foi muito bom porque mostrou essa união. Os pacientes ficaram felizes. Não estavam pensando na doença. Estavam sendo recepcionados e acolhidos”, comentou.
Apoio
A Sesma também participou da ação promovida pela Universidade Federal do Pará (UFPA), no campus Guamá. O apoio se deu com a oferta de testes rápidos para HIV, Sífilis, e Hepatites B e C, além de preservativos internos e externos, fichas de testagem e notificações. A Secretaria apoia as ações em locais estratégicos, que auxiliam no diagnóstico em tempo oportuno, uma vez que a pessoa pode, mesmo em meio a outras atividades, fazer a testagem para as Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST).
O Dia Internacional de Luta contra a LGBTQIAfobia é comemorado em 17 de maio, porque, nessa data, no ano de 1990, a homossexualidade – até então erroneamente chamada “homossexualismo” – foi retirada da Classificação Internacional de Doenças da Organização Mundial de Saúde (OMS). A data tem importância histórica e política ao rememorar, em âmbito internacional, a luta pela garantia dos direitos da comunidade LGBTQIA+ e pelo combate a toda e qualquer forma de violência e discriminação a esta população.
Via Agência Belém (Luiz Carlos Santos)