O deputado bolsonarista Rogério Barra (PL/PA), publicou em suas redes sociais uma declaração de cunho machista e transfóbico, causando indignação entre as deputadas da casa.
O bolsonarista atacou um projeto de lei proposto pela deputada Lívia Duarte (PSOL/PA), que garante licença às servidoras públicas que comprovem sintomas graves associados ao fluxo menstrual.
Sobre a matéria, disse o deputado: “caso aprovado, o projeto aumentará o desemprego entre as mulheres. Ou pior, vão acabar trocando as mulheres por trans que não menstruam”.
Misoginia e transfobia
Misógino é o termo usado para descrever o indivíduo que não respeita nem valoriza as mulheres. A total falta de empatia à vivência feminina com suas particularidades e fragilidades, e o ataque às mulheres trans, como se fossem indignas de participar ou ocupar um lugar no mercado de trabalho, reforçam o caráter misógeno e transfóbico do deputado.
Desconhecimento
A declaração do bolsonarista, que é advogado, também atesta seu desconhecimento sobre direitos trabalhistas, pois o projeto da deputada Lívia Duarte, se aprovado, se aplicaria sobre o regime de contratação pública ou seja, às funcionárias admitidas através de concurso público, e não à iniciativa privada, como tenta fazer crer o bolsonarista.
Avanço histórico
Caso seja aprovado, o projeto constituirá um avanço histórico aos direitos das mulheres. A lei garantirá, de forma inédita no estado do Pará, uma sensibilidade, dentro do regime contratual, a um problema particular ao gênero, a Tensão Pré-menstrual, a chamada TPM.
Muitas mulheres sofrem todos os meses durante o seu período menstrual, com sintomas que podem variar desde cólicas simples até problemas respiratórios ou transtornos convulsivos, nos casos mais graves. Nunca na história do Pará houve um regime trabalhista sensível à este problema particular ao gênero feminino.
Nota de repúdio relembra o mês das mulheres
Diante da manifestação machista e transfóbica do deputado, o PT local publicou uma nota de repúdio, onde presta solidariedade à Lívia e lamenta o ocorrido, lembrando que ontem (1), entramos oficialmente em março, o mês internacional das mulheres e que tais atitudes comprovam que ” o bolsonarismo misógino, transfóbico, machista e criminoso está mais vivo do que nunca”, diz a nota, acrescentando ainda que “políticas públicas para mulheres são urgentes e fazem parte da história de luta do PT”.
Projeto de Lei:
Por Ju Abe