Agência Belém
Óleo de cozinha é um produto muito usado no dia a dia. Mas, após a sua utilização, seja em feiras, restaurantes ou em casa mesmo, o que você faz com o que sobra? Muitas pessoas jogam na pia, no vaso sanitário, bueiros e até em rios e mar, sem saber que esse produto é totalmente reciclável.
Diante de tantas dúvidas, a Prefeitura Municipal de Belém, por meio da Secretaria Municipal de Saneamento (Sesan), realiza uma série de ações com foco no meio ambiente e sustentabilidade no complexo do Ver-o-Peso. Os comerciantes que trabalham com frituras no espaço aprenderam na manhã desta sexta-feira, 17, como fazer o armazenamento correto de óleo de cozinha e o descarte adequado do produto.
As informações foram repassadas pelos técnicos da empresa Norte Óleo, que recolhe o óleo e dá um destino correto ao resíduo. Para o educador ambiental da Sesan Mauro Ribeiro, “o objetivo é acabar com o descarte irregular na feira e evitar que o óleo usado nas frituras chegue aos canais e contamine o meio ambiente”.
Orientação
Desde o dia 12 de janeiro passado, a Sesan está com uma equipe de agentes ambientais fazendo o trabalho de orientação para o descarte correto do óleo de cozinha. Até o momento, 80% dos permissionários (barraqueiros) foram contemplados com o serviço, que visa atingir, até final do mês de março, a meta de 100% dos trabalhadores da área com esse aprendizado.
Durante a semana, os educadores ambientais atuam da seguinte forma: de segunda a quinta-feira, com orientação; e, na sexta-feira, acompanham os funcionários da empresa na hora da coleta do produto.
O último levantamento da Sesan apontou que foram coletados até esta sexta-feira 345 litros de óleo usados na área do Ver-o-Peso, sendo que no último dia 3 deste mês foram recolhidos 120 litros de óleo; no dia 10 houve a coleta de 75 litros; e somente nesta sexta, 17, os técnicos da empresa recolheram 150 litros de óleo.
Segundo o encarregado de produção da Norte Óleo, Christian Pantoja de Oliveira, “a empresa compra o óleo dos comerciantes a R$ 1,00 o litro, para que seja produzido sabão. O mais importante é que está ajudando o meio ambiente, porque cada litro de óleo jogado na baía ou no rio resulta na contaminação de 10 mil litros de água”.
Permissionários elogiam iniciativa
Permissionário no Ver-o-Peso há 35 anos, João Gonçalves, de 55 anos, mais conhecido como “Louro do lanche”, disse que semanalmente guarda o óleo usado. “Estou fazendo a minha parte: guardando o meu óleo usado, ajudo a cuidar do meio ambiente. Mas tem gente aqui que precisa ter consciência, porque se não fizer isso vai prejudicar a todos nós, a coleta é um benefício para todos, meio ambiente e população”.
Emerson Monteiro, de 39 anos, há 15 anos na feira do Ver-o-Peso, compartilha da opinião de João. Ele vende lanche, por isso a coleta é importante. “Veio em boa hora essa coleta, antigamente se jogava o óleo no ralo, não tinha onde guardar, agora estamos ajudando a melhorar a vida de todo mundo. Quem não quer ajudar com a coleta prejudica a todos”.
A cozinheira Lúcia Torres, de 59 anos, há 28 trabalhando com comida no Ver-o-Peso, já tem o hábito de recolher o óleo de cozinha. “Há muito tempo já faço esse trabalho de recolher o óleo: juntava e depois chamava alguém para buscar. É muito importante esse trabalho da coleta, não pode jogar no esgoto, porque polui o ambiente, e reutilizar o óleo é imundície e faz mal à saúde”.
A permissionária Adriele Alves, de 29 anos, trabalha como cozinheira na feira há quase dois anos, ainda não tinha aderido à coleta, após a orientação ficou entusiasmada com os benefícios. “Agora vou guardar o óleo e entregar na próxima coleta, ainda não estava participando, se é pra ajudar podem contar comigo”.
É importante lembrar que vários estudos apontam que o descarte irregular de óleo de fritura pode causar obstrução na tubulação, pois a gordura fica sólida quando esfria e não se dissolve na água. Por esse motivo, reciclar óleo de cozinha usado é um serviço à vida do ser humano e ao meio ambiente.
Texto: Cecília Magalhães, via Agência Belém