Na foto, Enric Juvenal da Costa Lauriano, investigado por financiar atos golpistas e garimpo ilegal, posa ao lado de Bolsonaro (Divulgação)
De acordo com um relatório da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), empresários investigados por financiamento dos atos terroristas promovidos por bolsonaristas nas sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro, também são alvo de processos por envolvimento com garimpo ilegal.
A Abin cruzou dados de maquinário encontrado em operações contra crimes ambientais no Pará e rastreou uma rede de empresas e proprietários envolvidos nos atos antidemocráticos na capital federal.
O relatório aponta que os empresários bolsonaristas Enric Juvenal da Costa Lauriano e Roberto Carlos Katsuda participaram ativamente de movimento pela regularização da atividade garimpeira e “estão diretamente associados à prática de garimpo ilegal”, além de manter vínculos com políticos da região.
Confirmando a relação de Lauriano à atividade criminosa, o documento cita a apreensão de uma escavadeira, em 2022, dentro da Terra Indígena Kayapó, no Pará, que pertenceria ao simpatizante do ex-presidente. O empresário teria ainda ajudado a divulgar canais de arrecadação de dinheiro para o movimento golpista por meio do Pix de uma empresa de informática em Marabá, no sudeste paraense.
Oito retroescavadeiras eram usadas em atividades ilegais dentro das Terras Indígenas Kayapó e Trincheira-Bacajá, no sudeste do Pará. Três desses equipamentos apresentavam como última proprietária a empresa “BMC Máquinas, Equipamentos Pesados, Engenharia e Locações”, administrada por Felipe Sica Soares Cavalieri, com sede em Itatiaia, no Rio de Janeiro.
Uma filial da BMC funciona em Itaituba, no Pará, e é administrada pela filha do bolsonarista Roberto Carlos Katsuda, sendo o principal ponto logístico para o garimpo na bacia do Rio Tapajós. Katsuda “financia a estrutura do lobby garimpeiro do vereador Wescley Tomaz”, de acordo com o relatório da agência.
O texto da Abin aponta o apoiador do ex-chefe do Executivo como “notório defensor de garimpos em áreas protegidas e visto como um dos maiores articuladores políticos” do tema.
Com informações de Diário do Centro do Mundo