NOSSA DOR NÃO CABE NOS JORNAIS DELES

[Willys Lins]

ImageClaro que a página (capa) da edição desta terça-feira (17), do Jornal O Liberal e o texto em formato de editorial nos leva a crer em toda a potencialidade do poder econômico ligado à mídia.

O editorial se refere, mesmo sem explicitamente citar nomes, ao assassinato do advogado Luigi Vasconcelos, residente à Avenida Brás de Aguiar com Dr. Moraes. O pai do advogado também foi ferido, mas sobreviveu. A polícia apura o caso que também ganha destaque nos cadernos de “polícia” dos impressos paraenses de maior tiragem. Uma perda de vida tem que ser lamentada em toda a sua dimensão, mas não é a exatamente isso que estou me referindo.

O texto muito bem escrito, peca pela falta de atribuição de responsabilidades a quem é de direito ou pelo menos está investido de poder para garantir oportunidades de futuro: educação, emprego e assistência do Estado aos jovens e cidadãos mais necessitados. Segurança pública em todos os níveis para nosso povo! Governador, cadê você? Esse seria o melhor título para o Editorial.

Enquanto isso, dezenas de mortes anônimas continuam acontecendo no centro e por toda periferia, banalizadas e expostas nas páginas dos impressos. Peles negras, máscaras pobres, trabalhadores de todos os perfis, jovens e desempregados que todos os dias só saem nos mesmos impressos com a cara de B.O (Boletim de Ocorrência) disfarçado de jornalismo.

Willys Lins é jornalista e colaborador do Ponto de Pauta

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