Por Carolina de Oliveira
O combate não é só contra a covid-19; é contra o negacionismo.
Não tem como não se emocionar com a situação pelo qual o Brasil vive. Nesta quarta-feira, 3 de fevereiro, 1.910 mortos pela covid-19 em todo o país. As redes de saúde de diversos Estados já entraram em colapso enquanto o governo federal segue sabotando a compra de vacinas, as medidas de prevenção, o auxílio emergencial e o financiamento a Estados e municípios.
No Pará, as novas restrições anunciadas na terça-feira (2) dividiram opiniões. Há quem tenha achado as medidas rígidas, outros brandas. Não se pode deixar que doentes cheguem às unidades de saúde e não tenham leitos; ao mesmo tempo, como obrigar um pai ou uma mãe de família a deixar de buscar seu sustento, já que o governo federal está se mostrando omisso ao não retomar o auxílio emergencial? Como proibir autônomos, micro e pequenos empresários de trabalhar sem nenhuma retaguarda, como ocorreu em 2020?
É evidente que as medidas anunciadas são uma média entre as necessárias e as possíveis, diante do quadro de crise socioeconômica, com a alta da informalidade e do desemprego e preços de alimentos nas alturas. Segundo o governo estadual, estão sendo avaliadas diariamente. Mas mesmo diante dessa realidade, o lockdown não pode ser descartado. Como disse a moça do mercadinho, as pessoas só vão se dar conta da gravidade quando uma medida mais drástica for tomada. Não estamos apenas combatendo a covid-19; estamos combatendo o negacionismo, propagandeado, inclusive, por alguns políticos que deveriam defender o que diz a Constituição: defender o direito à vida.
Que possamos, nesta noite, fazer um minuto de silêncio por todas as mais de 255 mil vidas perdidas nesta pandemia.
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