História Viva – Há 27 anos, em tocaia da PM, foi assassinado Quintino da Silva Lira

[Edmilson Rodrigues]

Quintino da Silva Lira, na Gleba Cidapar, imensa grilagem no Nordeste paraense, encarnou a luta pela posse da terra e contra a violência do latifúndio (foto: Raimundo Dias)
4 de janeiro de 1985. Uma tropa de 30 policiais militares sob o comando do capitão Cordovil cerca uma casa de um colono na localidade de Vila Nova, na região do Piriá. Quintino da Silva Lira, gatiheiro e líder do movimento de resistência dos posseiros da Gleba Cidapar, enorme latifúndio de mais de 60 mil hectares, palco de intensa e sangrenta luta pela terra, acaba morto com dois tiros de fuzil pelas costas. Ele tentou fugir do cerco, correndo para a mata, desarmado. Após o fuzilamento, seu corpo foi levado para Capitão Poço, onde os militares realizam uma ruidosa farra às custas de comerciantes da área. O corpo de Quintino teria sido profanado.
Na época, o governador do Estado era Jader Barbalho, e partiu dele a ordem à PM para que tropas da PM ocupassem a área de conflito no município de Viseu.
Para Violeta Refkalefsky (Estado, bandidos e heróis – Utopia e luta na Amazônia, Belém, Cejup, 2001), “Quintino encarna o que Eric Hobsbawm entende como o bandido social clássico, no estilo de Robin Hood – um bandido, um fora-da-lei que se volta para a causa dos pobres, fracos e oprimidos”.

3 respostas para “História Viva – Há 27 anos, em tocaia da PM, foi assassinado Quintino da Silva Lira”

  1. Caro Edmilson( e prefeito mais atuante que esta Belém já teve )

    Muito bom lembrar o grande Quintino. Hoje em dia ,em todas essas manifestações a respetio do passado da luta pela terra no Pará, quase não se ouve ou lê referencias sobre ele. É um de nossos herois.

    abços

    P.s- Belém está esperando teu retorno!

  2. Bom demais citar uma história contada pelos antigos da época pelo avesso, dizendo que o cara era um bandido. Quintino morreu de forma cruel pela ordem de um esse sim foi e continua sendo o verdadeiro bandido “Barbalho”. Não deixemos essa história morrer nunca…

  3. ele tinha como meta, dar proteçao aos mais nessecitados, quem o conheceu diz que ele alternava bons momentos de docilidade e momentos de crueldade

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