[Opera Mundi]
Faltando dois meses para a visita do Papa Bento XVI a Cuba, a pena de excomunhão do ex-presidente do país, Fidel Castro, completou 50 anos nesta terça-feira (03/01).
Fontes ligadas ao Vaticano informaram à Agência Efe que desconheciam o aniversário da pena e informaram que não havia nada programado a respeito do assunto.
As mesmas fontes lembraram ainda que a excomunhão de Fidel não foi um entrave na visita de João Paulo II durante a visita do Papa à ilha em janeiro de 1998. Dessa forma, a pena não traria problemas durante a visita do Papa alemão.
A ida de João Paulo II a Cuba, inclusive, fez com que o governo suspendesse a proibição de procissões públicas e autorizasse a entrada de sacerdotes e religiosos no país.
Na ocasião, o Papa afirmou que Cuba deveria se abrir ao mundo e que o inverso também ocorresse. No último dia 18 de dezembro, o atual presidente de Cuba, Raul Castro, irmão de Fidel, afirmou que o país receberia o Papa com “afeto e respeito”.
Apesar da aproximação entre o governo cubano e a Igreja Católica, o Vaticano não sinalizou em nenhum momento a retirada da excomunhão de Fidel Castro.
Histórico
Fidel Castro foi excomungado pelo Papa João XXIII no dia 3 de janeiro de 1962, após declarar-se marxista-leninista e afirmar que conduziria Cuba ao comunismo.
As declarações foram feitas durante o discurso de Fidel em 2 de dezembro de 1961. Na época, Fidel também mandou fechar as escolas religiosas da ilha. Além disso, o Estado cubano classificou-se como ateu até 1992, quando a definição na Constituição foi alterada para laico.