Segundo matéria publicada pelo site UOL, o pastor Maurício dos Santos Bonfim acusa a Igreja Universal de tê-lo obrigado a fazer uma vasectomia, cirurgia que impede o homem de ter filhos. Segundo ele, a igreja condiciona eventuais promoções à realização do procedimento. Quem rejeita, diz ele, ainda pode sofrer punições, como rebaixamento de cargo, perda de benefícios e ajuda de custo, podendo até ser transferido para fora do país.
No processo aberto contra a Igreja, Bonfim cobra uma indenização de R$ 100 mil e relata ter sido devoto da Universal por aproximadamente dez anos, tendo pastoreado três igrejas na cidade de São Vicente, litoral paulista.
No processo, ele diz que a exigência de vasectomia é feita por motivos econômicos, já que a Universal “custeia a vida da família pastoral”. “O interessante para a Igreja é que a família pastoral se resuma ao homem, pastor, e a sua esposa, obreira.” O pastor disse que foi submetido a uma cirurgia “clandestina”, sem registro médico.
Os advogados Icaro Couto e Luiza Fernandes, que representam o pastor, acusam a Universal de ter retirado “brutalmente” do pastor “sua chance de ser pai e de construir uma família no sentido amplo”.
Bonfim foi expulso da Igreja em novembro de 2020, após ter elogiado uma mulher, que acabou denunciando a conduta a um bispo. “Tal elogio foi caracterizado como um adultério”, relatou ele à Justiça.
O pastor e sua esposa, a obreira Bianca Bonfim, foram despejados de seu apartamento e perderam o carro, ambos custeados pela Universal. “Fomos obrigados a ligar para parentes distantes para não dormirmos na rua naquela noite.”
Segundo Bonfim, após a expulsão, ele conseguiu “retirar a venda dos seus olhos” e pôde retornar à vida normal, percebendo, então, que fora “induzido e coagido moralmente” pela Igreja a fazer a vasectomia. “A Universal me impediu de gerar vidas”, declarou à Justiça.