Strauss-Kahn – Camareira foi estuprada, diz relatório médico

[Opera Mundi] A revista francesa L’Express publicou nesta terça-feira (16/08) um diagnóstico da equipe médica que atendeu a camareira guineense Nafissatou Diallo, do hotel Sofitel, em Nova York, que pode dar uma nova reviravolta no escândalo envolvendo o ex-diretor do FMI (Fundo Monetário Internacional) Dominique Strauss-Kahn.

Segundo a revista, o relatório corrobora a versão de Diallo, que acusa o político e economista francês de estupro. A camareira foi examinada em 14 de maio, no dia em que ela alega ter ocorrido o incidente, por médicos do hospital St. Luke’s Roosevelt, em Manhattan.

Conforme o relatório forense, o estupro ocorreu e deixou diversos ferimentos no corpo da camareira.

“Diagnóstico: agressão. Causa dos ferimentos: agressão e estupro”, indicam as conclusões do relatório divulgadas pelo L’Express. O documento acrescenta que Diallo chegou ao hospital de ambulância, embora fosse capaz de caminhar sozinha. Ela estava acompanhada de um policial.

O relatório aponta para a declaração dos profissionais de saúde que a atenderam, segundo o qual a camareira do hotel dizia ter sido vítima de abuso sexual. Chorando, Diallo teria contado aos médicos detalhes da agressão.

Na última página do relatório, o médico descreve a área vaginal da paciente, onde aponta traumatismo na parte posterior, além de indicar que a região estava avermelhada.

O advogado de Diallo, Kenneth Thompson, expressa em entrevista concedida a “L’Express” sua convicção de que sua cliente sofreu abuso sexual. Ele diz estar surpreso pelo fato de a Promotoria nova-iorquina não ter dado a devida relevância a esses dados, embora os tenha abordado no início da investigação.

Strauss-Kahn foi preso no mesmo dia 14 de maio, no avião em que se preparava para embarcar de volta à França. Ficou em prisão domiciliar até o dia em que a promotoria nova-iorquina informou a corte que julga o caso que Diallo teria mentido em seu depoimento. A principal evidência teria sido uma conversa telefônica entre ela e um amigo em uma língua tribal da Guiné. Segundo os promotores, ela teria dito, que “sabia o que estava fazendo” e que poderia ganhar muito dinheiro com o caso.

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Segundo o advogado, “não existe” a versão da conversa telefônica publicada na imprensa. Nela, Diallo teria dito ao amigo, preso por tráfico de maconha, que ela conhecia a identidade de DSK.

A versão de Thompson diz que a conversa ocorreu da seguinte maneira: “Um homem que não conheço me agrediu e tentou tirar minha roupa. Brigamos fisicamente. Fui ao hospital e o detiveram”, conta Thompson sobre o que aparece na gravação.

Até o escândalo, Strauss-Kahn, filiado ao Partido Socialista, era considerado o principal adversário do presidente Nicolas Sarkozy na corrida presidencial francesa, segundo pesquisas de opinião.

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